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China se transforma em grande potência marítima

Os primeiros exercícios do gênero foram os que se realizaram na região de Qingdao sob o nome Cooperação Marítima 2014 e que, sem dúvida, podem ser encarados como primeiro passo rumo ao fortalecimento do papel da China nas questões de segurança regional e global.

Durante décadas, a Marinha chinesa estava voltada para o conceito de defesa ativa do litoral. Ao iniciar a construção de porta-aviões, a China divulgou seus planos de enviar para os mares distantes suas grandes unidades militares, capazes de desencadear ofensivas marítimas.

A intensificação da estratégia marítima obriga Pequim a reforçar a sua frota e, ao mesmo tempo, procurar novas abordagens para o desenvolvimento da colaboração militar internacional.

Ora, os exercícios Cooperação Militar 2014 contaram com a participação de esquadras da China, Índia, Paquistão, Bangladesh, Indonésia, Singapura, Malásia e Brunei. No seu decurso foram treinados tais elementos importantes como a deslocação conjunta em grupo, o abastecimento logístico, o estabelecimento de comunicações, a realização de operações de resgate e a coordenação de fogo de armas ligeiras.

Apesar de objetivos humanitários bem patentes, seus participantes tiveram uma boa oportunidade de se inteirar de sua organização e das potencialidades de parceiros. Este fator tem vindo a elevar um patamar de confiança mútua.

A experiência da direção de tais manobras multilaterais de larga escala permitirá à China proceder à realização de exercícios militares com cenários mais complexos. Presentemente, as manobras ainda mais avançadas pelo nível de interação com navios militares chineses são os exercícios anuais russo-chineses Interação Marítima.

Nos últimos anos, os vasos de guerra de ambas as partes têm treinado tais modalidades como a luta submarina e o combate a investidas aéreas.

As próximas manobras Interação Marítima terão início em finais de maio, no decurso de uma visita à China do presidente russo, Vladimir Putin. O seu programa poderá ser alargado para demonstrar a aproximação crescente de ambos os países sob o pano de fundo de consequências globais da crise ucraniana.

Em perspectiva, a China, utilizando a experiência acumulada, tentará passar à organização sob a sua égide de manobras multilaterais regulares no oceano Pacífico com a participação de esquadras asiáticas.

À medida que a luta por esferas de influência entre a China e os EUA se tornará mais aguda, haverá, talvez, novas tentativas de criar um análogo chinês das manobras americanas RIMPAC. No futuro, a participação de frotas de outros países asiáticos menores em exercícios norte-americanos ou chineses será um alvo de disputas diplomáticas entre Pequim e Washington.

Ao mesmo tempo, a Marinha de Guerra chinesa tem uma longa caminhada a percorrer no que toca ao seu equipamento técnico e à experiência prática.

Texto/tradução: Voz da Rússia

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