Texto do Want China Times
Tradução, adaptação e edição – Nicholle Murmel
O ex adido da Marinha Americana em Pequim, Christopher Sharman, discutiu os cinco grandes passos dados pela China na direção de estabelecer, desde 2004, uma Marinha global. A análise pode ser conferida em seu artigo mais recente para a revista National Interest, de Washington.
Entre 2004 e 2006, a Marinha do Exército de Libertação Popular se manteve dentro da região conhecida como “primeirca cadeia de ilhas do Pa´cifico”, que vai do Alaska às Philipinas, a fim de evitar confronto direto com os Estados Unidos e seus parceiros na área de segurança. Mas a Marinha do ELP reforçou treinamentos e doutrinas que possibilitaram o movimento em direção a operações mais longe da costa chinesa e dentro das águas azuis oceânicas, diz o autor em seu texto.
A força naval chinesa então iniciou os trabalhos na região oeste do Pacífico entre 2007 e 2009, quando expandiu sua área de treinamento e operações para dentro do Mar das Filipinas e além da primeira cadeia de ilhas. Sherman diz que conduzir exercícios navais nessa área reforçou a habilidade da Marinha de atuar em águas até então desconhecidas. Ao mesmo tempo, também colaborou no desenvolvimento dos aspectos logísticos e dos sistemas de comando e controle necessários para operações mais distantes de casa
Em seguida, a Marinha chinesa tratou de padronizar seus desdobramentos no oeste do Pacífico entre 2010 e 2012. Sharman explica que o país aumentou a frequência, complexidade e a confiança em realizar manobras mais ostensivas na área. Enquanto as atividades no Mar das Filipinas entre 2007 e 2009 pareceram relativamente uni-demensionais e simples – com meios de superfício simulando contra meios de superfície – os exercícios entre 2010 e 2012 se mostraram multi-facetados, com a participação de aeronaves, navios e submarinos.
A próxima etapa foi integrar as aeronaves de asa fxa baseadas em terra às manobras no Mar das Filipinas, e assim aconteceram os primeiros exercícios militares envolvendo três frotas navais simultaneamente, entre 2013 e 2014. Sherman nota que, além disso, os navios de superfície do ELP foram enviados pela primeira vez ao Oceano Índico para operações de combate à pirataria no Golfo de Aden, na região do chamado “Chifre da África”, no lste do continente.
O ex-adido conclui sua análise afirmando que a normatização das operações da Marinha chinesa no oeste do Oceano do Pacífico e a experiência das missões anti-pirataria deram à China a expertise, confiança e proficiência necessárias para defender o país através da operacionalização das capacidades de defesa em águas distantes. Isso também permitirá a Pequim, com o tempo, estabelecer uma força naval com projeção de poder global.