Vassili Kashin
A Marinha chinesa determinou o tipo de navio de superfície que formará a base do seu poderio nas próximas décadas. O objetivo de aumento do poder naval chinês é especialmente atual no contexto das disputas territoriais da China com os seus vizinhos.
Segundo as imagens, neste momento pelo menos 10 navios se encontram em construção. Do ponto de vista formal, o novo contratorpedeiro é apenas uma modificação da classe anterior 052 ? com o qual é muito parecido exteriormente. Mas se pode falar com segurança em mudanças qualitativas. Os anteriores contratorpedeiros chineses transportavam sistemas pesados de mísseis anti-aéreos, como o chinês HQ-9 e o russo S-300F. Mas não estavam equipados com um sistema integrado de comando em combate, semelhante ao sistema estadunidense Aegis, e os seus lançadores estavam preparados para apenas um modelo de mísseis.
O novo navio está equipado com uma estação de radar multifuncional. Tem dois lançadores de mísseis verticais. Os novos lançadores devem armazenar e utilizar quatro tipos de mísseis simultaneamente, incluindo antiaéreos, antisubmarino, antinavio e de cruzeiro para atacar alvos em terra. Deste modo, tal como os navios estadunidenses, o 052D poderá utilizar uma larga panóplia de mísseis, cuja composição pode variar de forma flexível de acordo com a sua missão de combate. Além disso, a China foi o primeiro país do mundo a conseguir criar um navio de combate desse tipo sem a cooperação dos EUA.
Este navio ainda tem outras novidades importantes. O contratorpedeiro 052D terá capacidades melhoradas para bombardear alvos em terra. É muito possível que para o novo sistema de artilharia sejam criados projéteis guiados de grande alcance. No 052D também se encontra instalado o novo sistema de mísseis antiaéreos de curto alcance que permitirá melhorar a defesa do navio contra os mísseis antinavio do inimigo.
Os contratorpedeiros da série 052D irão integrar, evidentemente, os futuros grupos de ataque de porta-aviões chineses, tal como na marinha dos EUA. Um grupo de batalha de vários navios centralizado num porta-aviões será capaz de fazer demonstrações de força a uma distância considerável das suas costas e, se necessário, efetuar ataques com mísseis de cruzeiro contra o interior do território inimigo. Nesta altura, a tarefa mais importante para a marinha chinesa será a aquisição da experiência necessária de ação prolongada longe das suas bases e de a exploração de tecnologias complexas em condições adversas. Isso irá exigir vários anos de treinos intensos que serão um passo em frente na transformação da China numa potência militar global.