Não há indicações de que a colisão entre um navio da Marinha dos Estados Unidos e um petroleiro próximo a Cingapura nesta segunda-feira foi intencional, disse nesta segunda-feira o chefe de operações navais da Marinha dos EUA, almirante John Richardson, a repórteres no Pentágono.
Dez marinheiros norte-americanos estão desaparecidos após uma colisão entre o destroier USS John S. McCain e o petroleiro, na segunda colisão envolvendo um navio de guerra dos EUA e um navio mercante na Ásia em cerca de dois meses, desencadeando uma ampla investigação de operações e treinamentos em toda a frota.
Richardson disse que “nós não temos indicações” de que a colisão foi intencional. Ele acrescentou que a Marinha irá analisar “todas as possibilidades”, de treinamentos a possíveis bloqueios de radar e interferência cibernética.
Richardson disse que está pedindo para comandantes da frota implementarem uma “pausa operacional” de um a dois dias de forma escalonada pelo mundo para garantir operações seguras e eficazes.
Richardson avalia que a pausa pode começar dentro de uma semana, mas disse que irá deixar as especificações para comandantes da frota.
O acidente no início desta segunda-feira seguiu um de junho, quando o destroier de mísseis guiados USS Fitzgerald colidiu com um cargueiro em águas japonesas, matando sete marinheiros.
Almirante dos EUA diz que restos humanos foram encontrados dentro de destróier danificado
O comandante da Frota dos Estados Unidos no Pacífico, almirante Scott Swift, disse nesta terça-feira que mergulhadores encontraram restos humanos dentro do navio de guerra norte-americano USS John S. McCain, que colidiu com uma embarcação comercial nesta semana.
"Os mergulhadores foram capazes de localizar alguns restos naqueles compartimentos lacrados", disse Swift a repórteres na base naval de Changi, em Cingapura, onde a embarcação danificada está atracada.
Swift também disse que a Marinha dos Estados Unidos está trabalhando para identificar se um corpo encontrado pela Marinha da Malásia é de algum dos 10 marinheiros norte-americanos que desapareceram no acidente.
O USS John S. McCain e o petroleiro Alnic MC se chocaram quando o destróier se aproximava de Cingapura para uma escala de rotina. A colisão abriu uma fenda na lateral do navio de guerra na linha de flutuação, inundando compartimentos que incluem o dormitório da tripulação.
Mergulhadores da Marinha e do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA começaram a vasculhar seções lacradas do casco danificado do navio de guerra norte-americano nesta terça-feira em busca dos 10 marinheiros desaparecidos desde a colisão do destróier de mísseis teleguiados.
Nesta terça-feira, navios, aeronaves e mergulhadores de uma operação internacional de busca e resgate ainda procuravam os marinheiros norte-americanos desaparecidos em uma área a leste de Cingapura e da Malásia Peninsular, perto de onde o acidente ocorreu.
A colisão –-o quarto grande acidente da frota dos EUA no oceano Pacífico neste ano-– levou a uma investigação de toda a frota e a suspensões temporárias das operações para que o foco se volte à segurança.
A Sétima Frota dos EUA disse, em um comunicado publicado em seu site nesta terça-feira, que mergulhadores com equipamentos de ar enviado da superfície acessarão compartimentos lacrados situados em partes danificadas do navio, que agora está ancorado em Singapura.
"Além disso, realizarão avaliações de danos no casco e nas áreas inundadas", informou o comunicado.
Os esforços imediatos feitos pela tripulação na segunda-feira após a colisão conseguiram deter a inundação de outras partes do casco, ainda segundo o comunicado.
Os mergulhadores envolvidos na busca são da Unidade de Conserto de Navios da Marinha dos EUA situada em Yokosuka, no Japão, e do Grupo de Comando de Logística do Pacífico Ocidental e da 15a Unidade Expedicionária Marítima.
Uma reportagem desta terça-feira da CNN, que citou autoridades não-identificadas da Marinha dos EUA, disse que os primeiros indícios levam a crer que a colisão foi causada pelo mau funcionamento do leme no momento em que o navio de guerra se aproximava do Estreito de Malaca. Um porta-voz da Marinha norte-americana contatado pelo Reuters não pôde comentar de imediato a reportagem.
Os esforços de controle de danos a bordo do USS John S. McCain estão concentrados na drenagem de água do navio e na restauração dos sistemas auxiliares, disse o comunicado.
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