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Brasil registra 4,6 mil relatos de ocorrências com animais em 2013

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) publicou nesta terça-feira (01/07) os dados anuais brasileiros de Risco da Fauna em 2013. O órgão da Aeronáutica recebeu 4.600 relatos de ocorrências envolvendo aviões e animais nos aeroportos no Brasil. A maior parte dos relatos foram avistamentos, com 2.344 casos.

Em relação ao relatório de 2012, quando foram registrados 3.782 casos, houve um aumento de 21,62%.

"A responsabilidade do Cenipa quanto ao risco da fauna é incentivar o envio de relatos para manter o banco de dados brasileiro bem estruturado, uma vez que a informação é um material valioso para a prevenção de acidentes no mundo. Além disso, os serviços regionais fornecem subsídios ao parecer da autoridade aeronáutica militar regional, como os Comandos Aéreos, quanto à instalação ou manutenção de atividades que possam atrair aves e são desenvolvidas no raio de 20 quilômetros a partir do centro da pista do aeroporto", explica o Tenente-Coronel Aviador Henrique Rubens Balta de Oliveira, assessor de risco da fauna do Cenipa.

O banco de dados nacional de risco de fauna é mantido pelo Cenipa, com informações de avistamentos, quase colisões e colisões com fauna ocorridas nos aeródromos brasileiros e enviadas pela comunidade aeronáutica. O Sistema Integrado de Gerenciamento do Risco Aviário (SIGRA) serve como fator de integração entre operadores de aeronaves, de aeródromos e controladores de tráfego aéreo, civis e militares.

No mundo, estima-se que a parcela de colisões comunicada aos órgãos responsáveis pelo registro de dados de risco de fauna esteja entre 20% e 40% do número real das ocorrências.

No Brasil, toda colisão com fauna é caracterizada como incidente aeronáutico e deve ser reportada ao Cenipa. As quase colisões e os avistamentos também devem ser reportados por contribuírem para a avaliação do risco e nortearem ações de prevenção.

Dados 2013 – O panorama estatístico 2013 mostra que quero-quero, carcará e coruja-buraqueira estão entre as espécies de aves que mais se envolveram em colisões com aeronaves.

A parte da aeronave mais atingida nas colisões foi o motor, totalizando 13,5% dos relatos. No entanto, 35,5% dos eventos informados ao Cenipa não continham a parte da aeronave atingida. A explicação para isso, segundo o Tenente-Coronel Rubens, é o aumento da colaboração de operadores de aeródromos ao informarem eventos em que carcaças de animais são encontradas sobre pistas de pouso e decolagem. “Muitas vezes o avião decola e a tripulação não percebe a colisão. Por outro lado, o pessoal de solo identifica o animal morto, mas não consegue precisar qual aeronave colidiu com ele, muito menos qual parte foi atingida”, esclarece o Tenente-Coronel Rubens.

 A maioria das colisões ocorreu durante decolagens (25%) e pousos (26%). Isso significa que é preciso aumentar as atividades de dispersão de fauna para reduzir a presença de animais sobre a pista quando o aeródromo está em operação. A aviação civil enviou 95,23% das fichas ao Cenipa, enquanto a aviação militar, representada pelas três Forças Armadas, enviou 4,77%.

“A aviação civil se envolve mais com a fauna, porque realiza maior quantidade de voos. Já os aviões militares voam menos, mas tendem a sofrer dano mais severo quando atingidos por ave, em razão da alta velocidade e da baixa altura durante treinamentos, compartilhando o mesmo espaço com as aves que se concentram mais próximas ao solo”, alerta o oficial.

 A Região Sudeste, por concentrar o maior número de voos e, consequentemente, maior exposição ao risco, aparece com o maior número de reportes. Nos gráficos é possível ver os aeroportos, identificados pelos respectivos códigos da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), que relataram mais colisões.

Dados ajudam equipe dos aeroportos – O Cenipa verifica aumento na participação da comunidade aeronáutica a cada ano, por meio do aumento no número de reportes recebidos. “Os dados ajudam o pessoal dos aeroportos a identificar as particularidades do risco de fauna, para adotar medidas internas de controle do conflito entre fauna e aviação. Os números mostram aos municípios e autoridades ambientais que o bom uso do solo urbano também é indispensável para reduzir o risco de fauna”.

O número absoluto de colisões associado ao número de movimentos (decolagens e pousos) resulta no indicador de probabilidade de colisões no aeródromo. No entanto, esse índice não pode ser usado para comparar aeródromos, uma vez que cada local tem sua equipe, suas características ambientais internas e, especialmente, diferentes atrativos ao redor do aeródromo.

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