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Brasil na rota global para biocombustível de avião

Virgínia Silveira

Estudo feito pelas fabricantes Embraer e Boeing, em parceria com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), mostra que o Brasil tem um grande potencial para fornecer biocombustíveis de aviação para os mercados doméstico e global.

Intitulado "Plano de Voo para Biocombustíveis de Aviação no Brasil", o relatório feito pelas três instituições aponta que as plantas que contêm açúcares, amido e óleo, além de resíduos como lignocelulose (biomassa), lixo sólido municipal e gases de exaustão industrial são as matérias-primas mais promissoras para a produção de biocombustível para aviação. Maior produtor global de cana e o segundo maior de soja, o país detém ainda o mais baixo custo em eucalipto, o que garante maior competitividade para o início de uma indústria de biocombustível para aviação no Brasil.

O relatório, feito a partir de informações coletadas de uma série de oito workshops entre maio e dezembro de 2012, em sete cidades brasileiras, sustenta que as empresas envolvidas pretendem oferecer recursos para atender a meta da indústria de aviação de crescimento neutro de carbono até 2020 e uma redução de 50% nas emissões de dióxido de carbono (CO2) até o ano de 2050, tendo como base os níveis praticados em 2005.

Segundo o vice-presidente executivo de engenharia da Embraer, Mauro Kern, os aviões são hoje 70% mais eficientes do que há 40 anos, mas há grandes desafios em torno da logística de distribuição, armazenamento dos combustíveis e do controle de tráfego aéreo para que as novas metas de emissão da aviação sejam atingidas.

As novas tecnologias em desenvolvimento na área de biocombustíveis serão compatíveis com os atuais motores, o que significa que não haverá necessidade de se fazer modificações nos aviões e também na infraestrutura de distribuição existente. "Atualmente, as iniciativas nessa área são incipientes, com custos mais caros que o combustível fóssil." A tendência, contudo, é que o custo se torne mais viável.

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