PEQUIM, 12 Abr 2011 (AFP) -Brasil e China assinaram nesta terça-feira acordos milionários para reforçar a cooperação tecnológica petroleira e aeronáutica, com destaque para a venda de 35 aviões da Embraer a empresas chinesas, durante a visita a Pequim da presidente Dilma Rousseff.
A construtora aeronáutico brasileira venderá 20 aviões do tipo E190 à empresa China Southern e outros 15 exemplares do mesmo modelo para a Hebei, informou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel.
Os valores da compra não foram revelados oficialmente, mas fontes da delegação brasileira afirmaram que o preço médio das aeronaves é de 40 milhões de dólares.
Além disso, foi assinado um acordo com a Corporação da Indústria de Aviação Chinesa (AVIC) para a produção do Legacy 600 da Embraer no país asiático, principal parceiro comercial do Brasil.
A presidente brasileira indicou que a empresa Fox.com anunciou interesse em investir nos próximos cinco a seis anos 12 bilhões de dólares na produção de aplicativos para telefonia móvel e informática, como telas para aparelhos celulares.
Dilma Rousseff explicou que um grupo de trabalho foi criado para estudar a aplicação do projeto.
A empresa de telefonia Huawei também anunciou a decisão de construir um centro de pesquisas na região de São Paulo, com investimentos de entre 300 e 400 milhões de dólares.
Ainda no campo tecnológico, os dois países se comprometeram com um intercâmbio de reitores de universidades e estudantes, assim como com o desenvolvimento no Brasil de tecnologias para o aproveitamento do bambu.
Somente no campo da tecnologia, ciência e inovação, o investimento chinês no Brasil vai superar um bilhão de dólares, segundo Pimentel.
Após uma reunião da presidente Dilma com o chefe de Estado chinês, Hu Jintao, também foram assinados contratos entre a Petrobras e as estatais chinesas Sinopec e Sinochem no campo da exploração e aproveitamento de óleos dos poços praticamente extintos.
Outros acordos incluem a cooperação nas áreas de defesa, nanotecnologia, recursos hídricos, normas fitossanitárias, tecnologia agrícola e agricultura tropical.
A China também autorizou as importações de carne de porco procedentes do Brasil, que até agora estavam proibidas sob alegação de razões fitossanitárias.
Para a presidente do Brasil, os resultados em ciência e tecnologia nesta primeira edição do diálogo entre os dois países são muito promissores.