Virgínia Silveira
A canadense Bombardier, líder mundial em vendas de jatos executivos com 32% de participação, planeja ocupar mais espaço no mercado brasileiro, onde possui a segunda maior frota em operação, de aproximadamente 150 jatos. "O objetivo é aumentar ainda mais o volume de vendas da marca, tanto de aeronaves novas quanto de usadas e estar mais perto dos nossos clientes", disse o vice-presidente Regional de Vendas para a América Latina, Fábio Rebello.
Engenheiro paulista formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e há 11 anos na empresa, Rebello conta que para dedicar uma atenção especial ao mercado nacional, a Bombardier está contratando um diretor de vendas que ficará exclusivamente dedicado aos negócios no Brasil.
"Antes toda a região da América do Sul era atendida por um único diretor de vendas. Também temos dois executivos dedicados à venda de aviões novos, outro para usados e um para marketing e apoio ao cliente e ao produto Bombardier", explicou.
O atendimento ao operador também foi reforçado com um investimento de US$ 15 milhões no novo centro de manutenção da marca em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, o único autorizado da Bombardier para o país e também certificado pela FAA (Federal Aviation Administration), equivalente a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) no Brasil.
O centro pertence à SynerJet, representante da Bombardier no México, Brasil, Colômbia e Argentina. A SynerJet pertence à Synergy. Segundo o diretor comercial da SynerJet, José Eduardo Brandão, o centro foi remodelado para atender entre 40 e 50 aeronaves por mês de toda a linha da marca.
No ano passado, segundo Rebello, a Bombardier entregou 163 jatos executivos no mundo e a América Latina respondeu por cerca de 15% desse volume. "Temos uma participação de mercado no Brasil de 27%, mas ainda existe muito espaço para crescer. Os Estados Unidos e a Europa ainda continuam sendo os maiores mercados para os jatos executivos, mas é nos países emergentes onde o crescimento desse setor tem sido mais expressivo."
Para os próximos 10 anos, de acordo com Rebello, a previsão do setor é de que o número de entregas de jatos executivos na América Latina seja superior a 925 unidades, algo em torno de 9% do mercado mundial. Entre 2021 e 2030 espera entregar 1,2 mil jatos na região, de um total de 14 mil em todo o mundo.
Apesar da crise que ainda afeta os mercados americano e europeu, a Bombardier comemora um crescimento no número de pedidos de jatos executivos. "Em 2010 tivemos um total de 107 encomendas firmes no ano fiscal que começou em fevereiro e terminou em janeiro de 2011. No último ano fiscal, que começou em fevereiro de 2011 e terminou em 31 de dezembro, ou seja, um mês a menos que o anterior, tivemos 191 pedidos."
Entre os modelos mais vendidos no Brasil, Rebello destaca o Learjet 40XR, de US$ 10 milhões e o Learjet 45XR, que custa US$ 12,5 milhões. Outro modelo que também tem tido ótima aceitação no mercado brasileiro, segundo o diretor da SynerJet, é o Challenger 300, que custa US$ 24 milhões.
Fabricante de aviões comerciais, jatos executivos e equipamentos, sistemas e serviços para transporte em trilhos, a Bombardier faturou US$ 17,9 bilhões no ano fiscal encerrado em 31 de janeiro de 2011, ano em que também registrou alta de 4,6% na América Latina. A receita da Bombardier Aeroespace, que engloba aviação executiva, comercial e anfíbia, registrou receita de US$ 2,3 bilhões no final do terceiro trimestre de 2011, ante os US$ 1,8 bilhão do último ano fiscal.