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BB e fundos estatais investirão em aeroportos

Patrícia Duarte

BRASÍLIA. Enquanto o governo define os detalhes da concessão dos grandes aeroportos do país, investidores e instituições financeiras públicas já se preparam para participar do negócio. O Banco do Brasil e os grandes fundos de pensão de funcionários de estatais – Previ (BB), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal) – já estão estudando o processo de concessões e articulando sua participação, como financiador e sócio. Tanto o BB como os fundos veem bom potencial de ganhos em todos os cinco terminais que serão colocados à disposição pelo governo: Guarulhos (SP), Brasília, Viracopos (SP), Galeão e Confins (Belo Horizonte).

– Vai depender do modelo de concessão, mas certamente é um bom negócio – afirmou uma importante fonte de um dos interessados.

Os grandes fundos de pensão vão participar das licitações por meio da Invepar, empresa criada para investir em projetos de infraestrutura, que tem como sócios Previ, Petros, Funcef e a construtora OAS. A Invepar já tem seis importantes concessões, entre elas a do Metrô do Rio, e é sócia da Vale.

Hoje, o patrimônio líquido da Invepar está na casa de R$1 bilhão, mas os sócios já acertaram injeções de recursos novos para disputar os aeroportos. A ideia é formar consórcios com outros interessados.
 

5 aeroportos podem receber R$5 bi em investimentos
No campo financeiro, também é grande a movimentação. A fim de participar das concessões como financiador dos consórcios, o BB já fez estudos sobre o setor. A avaliação, baseada na crescente demanda por voos, é que há um excelente potencial de negócios.

Além disso, o governo tornou a concessão atraente ao escolher justamente os aeroportos de maior importância e com o maior número de frequências. O BB, no entanto, descarta a possibilidade de fazer parte de um consórcio como sócio.

No governo, impera a certeza de que outros grandes bancos – inclusive os privados – também oferecerão crédito para os investidores nas concessões. Vários grupos interessados já estão conversando com os bancos, como as próprias companhias aéreas, empreiteiras e concessionárias de rodovias.

O BNDES também já informou ter uma linha de crédito para os interessados nas concessões.

– Estima-se que os investimentos nesses cinco aeroportos chegariam a cerca de R$5 bilhões. Não é muito pelo potencial de ganho. Não vai faltar financiamento – afirmou uma fonte do governo próxima ao assunto.

Como O GLOBO mostrou na semana passada, três grupos já conversaram com o Palácio do Planalto e demonstraram interesse nas concessões: companhias estrangeiras de operação de terminais aeroportuários (como a alemã Fraport), as grandes empresas aéreas brasileiras e as principais empreiteiras nacionais.

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