Medida foi adotada para retomar malha aérea comercial na região, prejudicada após a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul e fechou o Aeroporto Salgado Filho
Agência Força Aérea – Tenente Gabrielle Varela
Poucos dias após o Governo Federal anunciar a malha aérea emergencial para atender os passageiros do Rio Grande Sul, a Base Aérea de Canoas (BACO) recebeu, nesta segunda-feira (27/05), o primeiro voo comercial com passageiros. Por semana, a previsão é que mais de trinta voos pousem na unidade militar.
Localizada a pouco mais de dez quilômetros do Aeroporto Salgado Filho, fechado por tempo indeterminado em decorrência das enchentes que alagaram grande parte do Estado, o local de pousos e decolagens militares em Canoas é um dos nove aeródromos escolhidos pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), para absorver parte dos voos que operavam no principal aeroporto da capital gaúcha.
O Comandante da BACO, Tenente-Coronel Aviador Thiago Romanelli, ressaltou o trabalho realizado pela Base desde o acionamento em apoio à população gaúcha, com grandes envolvimentos em resgates, distribuição de mantimentos e, agora, a recepção de voos civis. “A Base Aérea de Canoas, desde o início das ações em apoio à população, tem sido fundamental e muito estratégica no Rio Grande do Sul. Nesse momento, um pequeno paliativo é trazer a mobilidade do meio aéreo para a região metropolitana de Porto Alegre. A BACO está onde o Brasil precisar e agindo da forma que o Brasil precisa. Acredito que isso resume tudo o que está acontecendo, para que a gente possa, principalmente, ajudar àqueles que precisam”, expressou.
O primeiro voo comercial que pousou na BACO saiu do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e pousou em solo gaúcho às 8h, com 173 passageiros. O desembarque foi feito no pátio e os passageiros foram embarcados em ônibus para concluir o desembarque no terminal montado em um shopping de Canoas, a cerca de 3 km da Base Aérea, local onde também será realizado o check-in e embarque de passageiros, antes de chegarem às aeronaves estacionadas no aeródromo militar. O local será administrado pela FRAPORT, responsável pelo Aeroporto Internacional Salgado Filho.
O Diretor de Operações da FRAPORT, Fabrício Cardoso, destacou a importância da parceria com a FAB para executar essa atividade após 23 dias do Aeroporto da capital estar inoperante devido à enchente. “A gente é muito grato por essa abertura, essa possibilidade de voltar a ligar o Rio Grande do Sul com o restante do Brasil. Acreditamos que seja uma parceria que já existia e agora só se fortalece com essa nova modalidade. Somos muito agradecidos por essa operação”, declarou.
“Esse primeiro voo é muito gratificante para a gente poder vir e ajudar. Eu vim para Canoas porque nós temos uma filial em Porto Alegre e ela ficou totalmente destruída. Esperamos a água baixar para retomar e tentar reconstruir. Até para os funcionários também voltarem ao seu trabalho, ter um pouco mais de dignidade e poder reconstruir os seus lares”, disse a passageira Cintia Terra.
Trâmites necessários
Os passageiros não devem se dirigir diretamente à Base Aérea, mas para o terminal determinado pela empresa, onde passarão pelos processos de check-in, despacho de bagagens, raio-x, inspeção de pessoas e bagagens de mão, conforme exige a legislação aeroportuária. Em seguida, deverão aguardar na sala de embarque para, posteriormente, serem deslocados via terrestre à BACO. O acesso de passageiros à Base será exclusivo para aqueles que realizaram os procedimentos de embarque.
Fotos: Sargento Muller Marin / CECOMSAER