O avião que caiu na Colômbia matando 71 pessoas era propriedade de um empresário venezuelano, que já foi um político de esquerda, e era operado por uma pequena empresa boliviana especializada no transporte de times de futebol.
A aeronave, a única operacional da boliviana Lamia, se choco contra uma área montanhosa no noroeste da Colômbia na segunda-feira, vitimando a equipe da Chapecoense que viajava para disputar a final da Copa Sul-Americana.
Apenas algumas semanas atrás, a aeronave fretada com 12 funcionários transportou a seleção Argentina até o Brasil. Também este ano, havia transportado a seleção da Venezuela para a Colômbia, disse a empresa.
"Estávamos trabalhando muito para nos estabelecer, mas infelizmente esta tragédia nos atingiu", disse o gerente da Lamia Bolívia, o general aposentado da Força Aérea venezuelana, Gustavo Vargas, em entrevista.
"Nós fizemos muitos voos… O avião estava completamente operacional, dentro de parâmetros normais e com as devidas inspeções."
Seis pessoas sobreviveram ao acidente, incluindo três jogadores do time da cidade de Chapecó, em Santa Catarina. Dois tripulantes bolivianos e um jornalista brasileiro também sobreviveram.
De acordo com o copiloto de outro avião que estava na área, no entanto, o piloto da Lamia disse pelo rádio que estava sem combustível e precisava fazer um pouso de emergência.
A Lamia Bolívia transportava a Chapecoense de Santa Cruz, na Bolívia, no único de seus três aviões que estava funcionando, uma modelo BAe 146 produzido pela BAE Systems e propriedade do empresário e ex-político venezuelano Ricardo Albacete. A equipe havia tomado um voo comercial do Brasil para Santa Cruz para fazer a conexão.
Albacete fundou uma empresa aérea chamada Lamia na Venezuela perto de 2010, mostram documentos, mas sua companhia nunca obteve a licença para voar, de acordo com a autoridade de Aviação Civil da Venezuela. Não foi especificado por que a Lamia não obteve a licença.
Mais tarde, Albacete alugou três aviões para a Lamia Bolívia, uma entidade corporativa separada. O chefe da autoridade de aviação da Bolívia, Cesar Varela, disse a repórteres que o avião que caiu recebeu seu certificado em janeiro de 2016, e a empresa estava em operação há cerca de um ano.
A empresa boliviana é propriedade de Miguel Quiroga, que estava pilotando o avião e morreu, e Marco Rocha, um ex-capitão das Forças Armadas, de acordo com a empresa.
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