Ao vigiar uma área de 13,5 milhões de quilômetros quadrados, a Aviação de Patrulha é essencial para a Defesa do País
Agência Força Aérea, por Wanessa Liz
Comemorada em 22 de maio, o Dia da Aviação de Patrulha será marcado por diversos eventos e produtos em celebração à data. Um deles é a publicação da Ordem do Dia, que, excepcionalmente este ano, será divulgada entre os dias 28 e 30 de maio, durante a Reunião da Aviação de Patrulha, que será realizada na Base Aérea de Belém. O evento objetiva destacar a importância para a Força Aérea e para a população brasileira da Aviação de Patrulha, que tem a responsabilidade de vigiar 24 horas por dia uma área de aproximadamente 13,5 milhões de quilômetros quadrados sobre o litoral brasileiro.
Sua história tem início durante a Segunda Guerra Mundial, em 1942. Os sucessivos ataques aos navios brasileiros mercantes pelos alemães e as invasões nas águas territoriais do Brasil pelos italianos fizeram a Instituição destinar parte da sua frota de aviões e pilotos à escolta dos navios e ao monitoramento e à segurança do litoral brasileiro. A comemoração pelo Dia da Aviação de Patrulha foi instituída no dia 22 de maio, pois, nessa data, ocorreu a primeira ação da recém-criada FAB contra um submarino italiano.
A Aviação de Patrulha é essencial para a defesa do país, uma vez que as áreas marítimas e terrestres brasileiras são extensas e diversas. A FAB, por meio de suas aeronaves de patrulha, consegue monitorar e detectar algum tipo de ameaça, garantindo a segurança nacional e a proteção da soberania brasileira. Essa modalidade de aviação é composta por aeronaves especializadas em missões de vigilância, reconhecimento e monitoramento de áreas marítimas e terrestres.
Para garantir a eficácia das operações, a FAB realiza constantemente treinamentos e capacitações de seus tripulantes e equipes de manutenção. Esses profissionais precisam estar preparados para enfrentar os desafios que surgem durante as missões, como condições climáticas adversas, problemas técnicos nas aeronaves e situações de risco. Assim, a Aviação de Patrulha realiza missões de Busca e de Salvamento (SAR) a náufragos, embarcações e aeronaves em alto-mar. Isso é possível graças a tecnologias de radares e sensores a bordo dos aviões e a militares treinados em SAR em alto-mar.
Para monitorar a área de responsabilidade do Brasil no Oceano Atlântico, a FAB conta com três Esquadrões de Patrulha ao longo da costa. As aeronaves P-3AM Orion são operadas pelo Primeiro Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação(1°/7°GAV) – Esquadrão Orungan, sediado no Rio de Janeiro. Já as aeronaves P-95M Bandeirulha são operadas pelo Segundo Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação (2º/7°GAV) – Esquadrão Phoenix, localizado em Canoas (RS), e pelo Terceiro Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação (3º/7°GAV) -Esquadrão Netuno, sediado em Belém (PA).
O mais antigo dos Esquadrões de Patrulha, o Orungan, é responsável por realizar as Ações de Patrulha Marítima (PATMAR), SAR, Controle Aéreo Avançado (CAA), Posto de Comunicação Aeroespacial (P Com-Aepc), Reconhecimento Aeroespacial (Rec Aepc) e Antissubmarino (AS). Dentre essas, destaca-se a Guerra Antissubmarino, (do termo em inglês Anti-submarine warfare – ASW), a qual se destina a buscar, detectar, identificar, acompanhar e neutralizar ou destruir submarinos inimigos.
“Além da capacidade ASW, o P-3AM também carrega poderosos armamentos, como os mísseis antinavio Harpoon, capazes de neutralizar embarcações de guerra a uma distância além do alcance visual. Por ser o único com essa capacidade, o 1º/7º GAV torna-se um esquadrão de vital importância para Aviação de Patrulha”, comentou o Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel Cícero Vieira Ramos. Responsável por realizar missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), não somente nas fronteiras marítimas brasileiras no sul do país, como também na parte terrestre, garantindo a proteção e a integridade territorial do país, o Esquadrão Phoenix também realiza missões de SAR, prevenção e combate ao tráfico de drogas e contrabando, e apoio a operações de resgate e ajuda humanitária em situações de crise.
“A experiência e o treinamento dos pilotos e tripulantes Phoenix, aliados aos equipamentos e tecnologias utilizados em suas aeronaves, tornam a Unidade um ativo vital para a inteligência, vigilância e reconhecimento no território brasileiro”, destacou o Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel Aviador Nícolas Gomes Moreira.
O Esquadrão Netuno tem o objetivo de patrulhar o litoral norte do Brasil, que vai de Natal ao Oiapoque, no Amapá. “A importância do Esquadrão é fazer a proteção e a vigilância dessas aéreas marítimas dentro do território nacional”, disse o Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel Aviador Fabrício Nery Fernandes. O Comandante do 3º /7º GAV falou ainda sobre duas missões que marcaram o Esquadrão. “Em 2009, fomos a primeira aviação a chegar ao local da queda do Air France 447, próximo a Fernando de Noronha, e a última a sair, fazendo toda a proteção e vigilância do local. As últimas missões foram a Operação Yanomami (que ainda está acontecendo) e a Operação Astrolábio (que realizamos a patrulha marítima na aérea norte para ajudar no lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-TLV). Nossa missão foi alertar embarcações próximas ao local que poderia ser atingido pelo foguete”, concluiu.
A Aviação de Patrulha da FAB é uma peça fundamental na proteção do país, atuando em diversas frentes e utilizando tecnologia para garantir a segurança e a soberania do espaço aéreo e das fronteiras brasileiras. A constante capacitação dos profissionais envolvidos e a utilização de aeronaves especializadas garantem a eficácia das operações e a proteção do território nacional.
Fotos: Força Aérea Brasileira (FAB)