José Claudio Pimentel
A Tribuna online
Para aumentar e garantir a fiscalização nas atividades relacionadas à exploração de petróleo, pesca e de proteção ambiental na região de alto-mar do Estado, começou a funcionar na última sexta-feira(20) o novo Núcleo do Comando do Grupamento Naval do Sul-Sudeste. Com sede em Santos, o órgão tem a missão de reforçar a segurança e o cumprimento de leis também em áreas abrigadas, como a do complexo portuário, considerado zona de segurança estratégica para a Marinha.
A ativação do novo núcleo ocorre em meio ao crescimento da prospecção do óleo do pré-sal na Bacia de Santos. O objetivo principal é reforçar o monitoramento da Autoridade Marítima de regiões afastadas 22 quilômetros da costa (12 milhas), área que ultrapassa a capacidade de patrulhamento da Capitania dos Portos. Para isso, três embarcações de maior autonomia serão utilizadas pelo novo posto. Uma delas é o aviso patrulha (APa) Espadarte, transferido para a região em 2014.
As outras duas são outro aviso patrulha e um navio patrulha, cuja definição deve ocorrer neste ano. As informações são do comandante do grupamento, o capitão de fragata Sérgio Renato Dantas.
Deslocado de Brasília para Santos em janeiro, Dantas é o responsável por liderar os trabalhos de instalação do núcleo. Ao lado dele, está uma equipe composta por outros dois oficiais e 12 praças – entre eles, há suboficiais, sargentos e marinheiros. Todos ficam na sede da Capitania, no Porto.
Hoje, uma cerimônia marca o início dos preparativos administrativos e logísticos para a ativação do comando do grupamento. Ao lado do APa Espadarte, estarão no cais da Marinha o navio patrulha oceânico Araguari, o navio patrulha Gurupi e o aviso patrulha Barracuda. Juntos, eles simbolizam a esquadra que ficará sediada em Santos no futuro, subordinada ao grupamento Sul-Sudeste.
Mais aglidade
A consolidação desse núcleo, ainda de acordo com o comandante Dantas, otimiza e agiliza as operações da Marinha em mar aberto, agora coordenadas pelo 8º Distrito Naval (São Paulo). Motivo: depois de 12 milhas da costa, a responsabilidade ficava a cargo das equipes do 1º Distrito Naval (Rio de Janeiro). “O tempo de resposta vai encurtar bastante para qualquer tipo de acionamento. Daqui, as embarcações vão sair e chegar mais rápido às áreas de patrulha, por exemplo”. Essa agilidade vale também para operações de salvamar que precisam ser realizadas em longa distância, entre as costas norte e sul do Estado.
Além disso, haverá ainda o monitoramento de áreas de proteção ambiental, que passam a ficar sob observação, também, pela Autoridade Marítima, em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Agentes do órgão de proteção deverão acompanhar as ações contra pesca ilegal, cumprimento de defeso e áreas de proteção.
A parceria com outras entidades também se fortalecerá em áreas abrigadas, como a região do Porto de Santos. Sempre que preciso, afirma o capitão de fragata, haverá a união de esforços com a Polícia Federal e a Receita Federal para aumentar o cumprimento da legislação no cais.
A embarcação Espadarte, por exemplo, possui equipamentos para realizar operações durante a noite e madrugada, o que poderá auxiliar a inibir atividades ilícitas nas quais estejam envolvidos cargueiros e terminais marítimos.