Sergio Barreto Motta
Israel deverá substituir a brasileira Embraer no fornecimento de seis aviões Super Tucano (EMB 314/A29) e dois radares à Guatemala. Há algum tempo, a ex-estatal anunciou a venda desses equipamentos para o país centro-americano, com base em crédito do BNDES de US$ 133 milhões. Em seguida, houve desistência de parte do comprador, e o jornal Prensa Libre revelou que o governo local se queixava de “sobrepreço entre US$ 12 milhões e US$ 18 milhões” nas contas da Embraer.
Segundo o site Indodefensa, “a companhia brasileira nunca esclareceu esse sobrepreço”. Na última segunda-feira, o presidente Otto Pérez Molina desembarcou em Israel, com o claro objetivo de comprar as unidades que rejeitou da empresa brasileira. Molina está mantendo contatos com o ministro da Defesa, Moshé Yaalón, e visitou a Lahav, subsidiária da Israel Aerospace Industries (IAI).
Na área de defesa, as informações são difíceis de se obter, mas alguma coisa vem a público. Há uma verificação judicial nos Estados Unidos, referente à Embraer, em operação com a República Dominica e, além disso, a Boeing optou pela canadense Bombardier – a arqui-rival da brasileira – para o futuro projeto de aeronave de patrulha marítima. Alegando razões pessoais, o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luis Carlos Aguiar, deixará a empresa no fim do ano. Seu lugar será ocupado pelo atual vice-presidente de relações institucionais, pessoas e sustentabilidade, Jackson Schneider.
E, na disputa entre a americana Boeing, a sueca Saab e a francesa Dassault, para vender 36 caças ao Brasil, o próximo passo é do presidente François Hollande, que está entre nós. Com o governador Geraldo Alckmim, Hollande vai fazer acordo sobre desenvolvimento sustentável, mas, no fundo, quer mesmo é sustentar a venda de caças, que pode render US$ 5 bilhões aos cofres gauleses.