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Após 51 anos, aeronave multimissão H-1H encerra suas atividades na FAB

Ten Cristiane dos Santos e Capitão Landenberger


Após 51 anos, a aeronave multimissão H-1H Iroquois encerrou suas atividades na Força Aérea Brasileira (FAB). A cerimônia de despedida ocorreu nesta segunda-feira (22/10), na Ala 5, em Campo Grande (MS).

O FAB 8703, representando todas as aeronaves H-1H da FAB, realizou o último corte de motor, encerrando um ciclo que teve início em junho de 1967.

Durante a cerimônia, o Comandante da Força Aérea Brasileira, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, ressaltou a importância daqueles que um dia tripularam a aeronave.

“Todos que um dia tripularam essa máquina, certamente guardam em suas memórias pequenas parcelas, das milhares de emocionantes histórias, das quais este ícone da aviação participou. Esse guerreiro presenciou a coragem e a abnegação de várias gerações de tripulantes. Homens de valor que deixaram guardados no interior dessa aeronave um pouco dos melhores sentimentos que um ser humano pode apresentar”, disse.

 

O piloto mais antigo do H-1H na ativa, Tenente-Brigadeiro do Ar William de Oliveira Barros, foi homenageado durante a desativação da aeronave. “Foi um helicóptero lendário e muito importante para a FAB.

De 1967 até a data de hoje, muitas gerações de tripulantes, mecânicos, pilotos, homens de resgate passaram por este helicóptero. Alguns diriam que a máquina não consegue se expressar e não tem sentimentos, mas se o H-1H pudesse se expressar hoje, ele diria que está muito satisfeito e muito feliz", afirmou.

Na despedida o Coronel Aviador da Reserva Edmundo Ferreira Messeder Filho (piloto), o Suboficial da Reserva João Sussumo Yoshizawa (mecânico) e o Suboficial da Reserva Benedito Nascimento (operador) receberam honras durante a formatura por serem os militares mais veteranos que tripularam o H-1H.

O homem de resgate da primeira missão operacional do H-1H – busca do FAB 2068 – Tenente-Coronel Médico Reformado Rubens Marques dos Santos, e o tripulante mais voado na aeronave H-1H (6.500 horas), Suboficial da reserva Cláudio Nunes de Almeida Júnior, também receberam agradecimentos e homenagens.

Versatilidade

Um dos helicópteros mais produzidos e versáteis do mundo, o "Sapão" ou "Hzão", como foi apelidado, realizou pela Força Aérea inúmeras missões, de norte a sul do país e também no exterior.

A história da aeronave começou em 25 de junho de 1967 e hoje encerra as atividades com um currículo de resgates históricos e marcantes. O resgate do FAB 2068, em 1967, foi seu primeiro grande teste.

Outras missões vieram, como o auxílio prestado às vítimas do terremoto no Peru, em 1970, onde foram evacuados 577 desabrigados e 211 feridos; o incêndio no Edifício Joelma, em 1974; as enchentes em Santa Catarina, nos anos 1974, 1982 e 2008; o resgate das vítimas do Boeing da Transbrasil; o resgate das vítimas do Varig 254, em 1989, e o resgate das vítimas do Gol 1907, em 2006, completam o currículo da aeronave.

Dentre muitas outras, o H-1H realizou missões de busca e salvamento (SAR, do inglês, Search And Rescue), de emprego armado, operações de vacinação no interior da Amazônia, demarcações de fronteira, apoio à população em catástrofes naturais, apoios à Polícia Federal e ações cívico-sociais.

Ao todo, a FAB recebeu 68 "Hzões", adquiridos em cinco lotes distintos, entre 1967 e 1997. Atualmente apenas dois H-1H, o FAB 8684 e o FAB 8703, permaneciam em atividade, ambos lotados no Esquadrão Pelicano (2º/10º GAV), unidade que deu início às atividades da aeronave.

 

Fotos: Sargento Johnson Barros / CECOMSAER

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