Representantes da Akaer, empresa brasileira líder em inovação nos setores de Defesa e Aeroespacial, realizaram uma visita técnica ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, nos dias 2 e 3 de setembro.
O objetivo foi iniciar as tratativas operacionais relacionadas ao desenvolvimento do VLPP (Veículo Lançador de Pequeno Porte), projeto liderado pela Akaer que permitirá ao Brasil levar os seus próprios nano e microssatélites ao espaço.
A visita contou com a participação de equipes da Akaer, assim como das empresas coexecutoras Acrux, Breng Engenharia e EMSISTI, e da Equatorial Sistemas, do Grupo Akaer, além de representantes da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
A comitiva foi recebida pelo Diretor do CLA, Coronel Aviador Clóvis Martins de Souza, e pelo vice-diretor, Coronel Silva Neto que apresentaram as instalações do Centro, que serão utilizadas para o lançamento do VLN AKR, nome designado ao VLPP.
O projeto está sendo desenvolvido em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), que assinou contrato com a Akaer em dezembro do ano passado, garantindo um investimento de R$ 185 milhões nos próximos três anos.
Visita
A visita marcou o início do processo de integração operacional entre a Akaer e as equipes do CLA, com foco no reconhecimento das instalações e na preparação técnica para as próximas etapas do VLPP.
Segundo Wilson Toyama, diretor da Unidade de Negócios de Lançadores e Sistemas de Armas da Akaer, o principal objetivo foi “identificar o local e iniciar os contatos técnicos em preparação à campanha de lançamento”.
Entre as atividades realizadas durante a visita, destacam-se:
Apresentação do conceito operacional: A comitiva da Akaer detalhou o conceito operacional do VLPP, abordando as principais etapas para a preparação e execução do lançamento.
Visita ao setor de preparação de lançamento (SPL): Identificação de um local potencial para a instalação da plataforma de lançamento do VLPP.
Inspeção do prédio de preparação de propulsores: Avaliação dos espaços e recursos disponíveis para a montagem do veículo lançador.
Visita à sala de controle e à sala de segurança de voo: Verificação dos postos de trabalho, procedimentos de autorização e monitoramento de voo, além dos critérios de segurança para o lançamento.
Visita à seção de meteorologia e telemetria: Revisão dos procedimentos de coleta e análise de dados meteorológicos e de telemetria necessários para a segurança do voo.
Inspeção do setor de radar: Esclarecimentos sobre o rastreio do voo do VLN AKR e a coordenação entre os radares instalados em Alcântara, São Luís e Rio Grande do Norte.
Expansão Tecnológica
Com o desenvolvimento do VLPP, o Brasil se aproxima de integrar o seleto grupo de apenas 13 países que dominam a tecnologia de lançamento espacial.
O projeto visa criar um veículo capaz de transportar nano e microssatélites, com uma carga útil mínima de cinco quilos, para a órbita equatorial a partir de território brasileiro.
O domínio dessa tecnologia é necessário para atender à crescente demanda do mercado de satélites de pequeno porte, que movimentou US$ 2,8 bilhões em 2022 e tem projeção de crescimento para US$ 6,7 bilhões até 2027.
Atualmente, o projeto está na fase de definição da configuração preliminar, preparando-se para a Revisão dos Requisitos do Sistema (System Requirement Review – SRR).
“Além dos ganhos econômicos, o projeto promete trazer avanços significativos para as áreas científica e tecnológica, criando novas oportunidades de emprego e fortalecendo a presença do Brasil no cenário internacional”, afirmou Cesar Silva CEO da Akaer.
Akaer
Com uma sólida trajetória de 32 anos e sede em São José dos Campos (SP), a Akaer possui vasta experiência em desenvolver tecnologias de ponta para os setores aeroespacial e de defesa.
A empresa já participou de todos os projetos de satélites da família CBERS (em parceria com a China), do AMAZONIA 1, e foi responsável pela transferência de tecnologia do SGDC, o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas.
Mais recentemente, a Akaer esteve envolvida no projeto do VCUB1, o primeiro nanossatélite de alto desempenho 100% brasileiro, em parceria com a Visiona.