Keith Campbell
27th September 2011
Engineering News – South Africa
A companhia Sul-Africana AEROSUD apresentou, nesta terça-feira (27 Setembro), o seu primeiro projeto de um avião tripulado, o Advanced High Performance Reconaissance Light Aircraft (AHRLAC). Além de alguns projetos de aeronaves desportivas este é o primeiro projeto de uma aeronave tripulada desde o helicóptero de ataque Denel Rooivalk, que foi concebido há 26 anos.
“Nós temos mais que interesse nesta aeronave,” informou CEO da AEROSUD Dr. Paul Potgieter.
A AEROSUD espera ter o protótipo do AHRLAC voando no próximo ano. Testes aerodinâmicos em túnel de vento já foram completados e um modelo em escala 1×1 está em construção. “Nós produzimos um modelo em escala ¼ do avião. Isto é muito significativo. Já foram realizados mais de 80 vôos com este modelo. Obtivemos muitas informações.”
A aeronave foi projetada eletronicamente por uma pequena equipe do Centro de Inovação da AEROSUD. A estrutura será de metal, mas com partes em compósitos. Todos os componentes serão produzidos com as últimas técnicas de produção.
O objetivo é manter os custos baixos. “Nós estabelecemos a meta de sermos competitivos em custo. Estamos realizando o máximo esforço no projeto do avião para termos os meios mais econômicos de produzi-lo,” completa Potgieter.
No desenvolvimento do AHRLAC a AEROSUD tem o apoio da empresa de armamentos terrestres da África do Sul, a Paramount, que detém 19% do empreendimento. As empresas não divulgaram o custo do Projeto AHRLACH.
“Este é um grande projeto. “Nós não tivemos ilusões, quando o lançamos, que necessitaríamos de muito capital,” afirmou o executivo da Paramount, Ivor Ichikowitz. “O projeto é totalmente financiado até o primeiro vôo e além. Para a capacidade de produção de dois a três aviões mês não teremos problemas financeiros. Nós esperamos iniciar a produção no próximo ano. Esperamos estar abaixo dos U$10 milhões.”
O novo avião é para dois tripulantes dispostos em tandem, para um grande número de missões militares, paramilitares, policiais e civis. É projetado para ser rapidamente reconfigurado de uma missão para outra e a fuselagem tem recebe um pod de forma conformal (integrado aerodinamicamente à estrutura). Trocar um pod para outro é trocar a missão da aeronave. Os pods podem ser configurados para levarem sensores, sistemas eletrônicos, armamentos e até suprimentos que podem ser lançados por Pára-quedas.
A aeronave terá seis pontos duros sob as asas para fixação de armamentos. Dois destes pontos poderão receber tanques de combustível externos. Também levará um canhão de 20 mm.
O AHRLAC também pode ser configurado para receber dois assentos ejetáveis Martin Baker Mark 16 para a tripulação. O projeto tem uma aeronave de asa alta e um motor turboprop montado na parte de trás para garantir maior visibilidade.
A AEROSUD prevê que o avião alcance uma velocidade de 300 nós (cerca 540 km/h), uma carga paga de mais de 800 kg, e uma autonomia (com combustível interno) de mais de 2.070 km. É projetado para ser altamente manobrável e capaz de operar em pistas curtas e não preparadas, com uma distância de decolagem de 550 m com carga máxima.
O AHRLAC é projetado para as missões de: controle de fronteiras, patrulha costeira (incluindo ações antipirataria e narcotráfico), segurança interna, proteção ambiental, gerenciamento de desastres assim como as missões de defesa, tais como reconhecimento observação e ataque leve.
O projeto AHRLAC não recebeu subsídios ou é financiado pelo governo da África do Sul.