Um grupo de advogados franceses e brasileiros que representam as famílias das vítimas do voo Rio-Paris anunciou ter intimado a Air France e a Airbus (a construtora do jato desaparecido) a comparecer com urgência perante a Justiça francesa. Eles agora questionam a segurança do projeto do avião.
Um procedimento semelhante será encaminhado em breve para a Justiça brasileira, disse à agência de notícias Reuters um porta-voz do grupo de advogados. Eles tentam ampliar o escopo das investigações em torno do acidente que deixou 228 mortos no dia 31 de maio de 2009 e obter mais verba para um fundo indenizatório para as famílias das vítimas.
A intimação foi registrada em 13 de maio junto ao tribunal de grandes instâncias de Toulouse, na França.
O BEA, órgão responsável pelas investigações na França, deve publicar na sexta-feira (27) um comunicado contendo as primeiras constatações obtidas pelas gravações das caixas-pretas da aeronave.
Na semana passada, um dos responsáveis do BEA disse à imprensa que uma primeira leitura das gravações não havia revelado “disfunções importantes” no avião, um A330 da Airbus.
Relatório independente aponta explosão na aeronave
Entretanto, o grupo de advogados franco-brasileiro diz que se baseia em uma tese de especialistas independentes que “o design do avião teria exercido um papel não desprezível na ocorrência da catástrofe”.
Para financiar a ação, as famílias e seus advogados mandaram um organismo privado analisar os dados transmitidos à Air France pelo sistema de mensagens automáticas de emergência nos últimos minutos que antecederam a tragédia do voo AF 447, que decolou do Rio de Janeiro com destino a Paris no dia 31 de maio de 2009.
Essas mensagens revelaram uma série importante de erros de funcionamento em uma zona de turbulência, “tornando o avião incontrolável” e tendo provocado uma “rápida despressurização do aparelho”, segundo o relatório desses especialistas.
Ainda de acordo com esse grupo, a despressurização teria sido tão grande e rápida que pode ter provocado uma explosão, levando à destruição da parte traseira da fuselagem do avião.