O presidente da China, Xi Jinping, visitou uma base militar em Guangdong nesta terça-feira 13 e pediu aos soldados para colocarem todas as suas “mentes e energia na preparação para a guerra”.
A agência de notícias estatal Xinhua reportou que Xi instruiu os militares a “manterem um estado de alerta máximo”, exigindo “lealdade, pureza e confiança absolutas”.
A emissora americana CNN reporta que Xi visitou Guangdong para fazer um discurso nesta quarta-feira, 14, em comemoração ao 40º aniversário da Zona Econômica Especial (ZEE) de Shenzhen, criada em 1980 para atrair capital estrangeiro.
O momento, contudo, é marcado por tensões entre China e Estados Unidos, acentuadas pela aproximação dos americanos com Taiwan e pela pandemia do coronavírus, cuja origem é traçada até a cidade chinesa de Wuhan.
Na segunda-feira 12, a Casa Branca informou o Congresso americano que está negociando com Taiwan a venda de sistemas de armas avançadas. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, pediu a Washington que “cancelasse imediatamente qualquer plano de venda de armas para Taiwan” e cortasse todos os “laços militares Estados Unidos-Taiwan”.
As autoridades em Pequim insistem que a ilha democrática e autônoma é parte integrante de seu território, com o próprio Xi se recusando a descartar a força militar para controlá-la.
O governo chinês aumentou exercícios militares em torno de Taiwan nos últimos meses, desde que o secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Alex Azar, visitou o território para discutir a pandemia. Quase 40 aviões de guerra chineses cruzaram a linha mediana entre o continente e Taiwan em 18 e 19 de setembro.
O presidente da ilha, Tsai Ing-wen, chamou os exercícios de “ameaça do uso de força”. Enquanto isso, o secretário de Defesa americano, Mark Esper, disse que Pequim era uma “influência maligna”. No início de outubro, Esper anunciou seu plano “Battle Force 2045”, que prevê uma expansão e modernização da Marinha dos Estados Unidos. Anteriormente, ele havia afirmado que a China “não pode se igualar aos Estados Unidos” em termos de poder naval.