O Vietnã e os Estados Unidos tomaram o primeiro passo rumo à limpeza da contaminação por agente laranja nesta sexta-feira, medida que, segundo uma diplomata norte-americana, é o desenvolvimento mais significante entre os dois países.
Uma cerimônia de inauguração foi realizada em um canto árido e exposto ao sol do terreno do aeroporto de Danan, onde a substância química foi armazenada antes de ser pulverizada pelos aviões de guerra norte-americanos nos anos 1960 e início dos anos 1970. O evento teve um valor simbólico para a relação que tem sido um foco em meio a renovadas tensões no Mar do Sul da China.
Os laços entre o Vietnã e os EUA floresceram desde que as relações diplomáticas entre os dois países foram estabelecidas há 16 anos, e medidas para resolver os assuntos remanescentes da guerra formaram a base desse progresso.
"Acho justo dizer que a contaminação por dioxina e agente laranja foi um dos assuntos mais nevrálgicos na relação entre os EUA e o Vietnã," disse Virgina Palmer, encarregada norte-americana da missão diplomática.
As forças militares dos EUA pulverizaram até 12 milhões de galões do agente químico entre 1961 e 1971 para tentar facilitar o combate nas densas selvas do Vietnã.
Durante anos, Hanói e Washington estiveram em desacordo sobre as questões de compensação para os vietnamitas com problemas de saúde, que, segundo o governo do Vietnã, eram resultado da exposição ao agente laranja.
Mas cinco anos atrás, a embaixada norte-americana começou a mudar o foco para a limpeza das áreas contaminadas pela dioxina, abrindo caminho para um avanço no que havia se tornado o principal assunto remanescente do período de guerra.
Inicialmente, o Congresso norte-americano atribuiu 3 milhões de dólares em 2007 à iniciativa, e o valor saltou para 32 milhões desde então. O progresso tem sido "de imensa importância e teve repercussões muito boas para o resto do relacionamento," disse Palmer.
O comércio tem avançado, de uma troca quase nula em meados dos anos 1990 para 18 bilhões de dólares ao ano, principalmente na forma de exportações para os Estados Unidos, que ajudam a manter sob controle o déficit comercial do Vietnã. Laços políticos e militares também estão melhorando, e navios da Marinha norte-americana visitam o ex-inimigo ao menos uma vez por ano.