A chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, rejeitou duramente o que chamou de "ameaças atrevidas" de seu colega do Paraguai, Eladio Loizaga, que anunciou o congelamento das relações diplomáticas entre os dois países em razão das declarações do presidente Nicolas Maduro.
"A Venezuela não se deixará ameaçar ou sucumbirá ao medo daqueles que escolheram servir ao império, em vez de aos povos", escreveu Rodriguez em sua conta no Twitter.
"Suas ameaças atrevidas (…) insultam nossa herança de independência e liberdade", disse ainda a chanceler.
Loizaga anunciou na sexta-feira que o embaixador do Paraguai na Venezuela, Enrique Jara, não voltará para Caracas por tempo indefinido como um sinal do "congelamento total das relações" em razão que definiu como "grosserias" de Maduro.
No início deste mês, Maduro disse que a Venezuela era "perseguido por uma oligarquia corrupta e narcotraficante paraguaia", em referência ao governo de Horcio Cartes.
Loizaga também disse que o presidente venezuelano não cumpre as condições democráticas "que fazem parte do DNA do Mercosul", de modo que o Paraguai não aceitará a presidência da Venezuela no bloco comercial.
Rodriguez disse que o ministro paraguaio das Relações Exteriores desempenha um "triste papel", acusando-o de ter feito parte da Operação Condor, executada por várias ditaduras na América do Sul entre os anos 1970 e 1980 contra a esquerda.
"Ontem, um funcionário do Plano Condor (…) Hoje um membro da Tríplice Aliança, reedita o triste papel anti-sul-americano", disse a chanceler.
Paraguai, Argentina e Brasil querem impedir que a Venezuela assuma a presidência pro tempore do Mercosul, vaga desde julho do ano passado.