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VENEZUELA – Maduro é irrelevante

Moisés Naím
Escritor Venezuelano e membro do Carnegie Endowment, Washington DC
Tradução Roberto Muniz

 


Nicolas Maduro não deve continuar presidindo a Venezuela. É difícil dizer qual é seu maior defeito: a cruel indiferença com o sofrimento de milhões de venezuelanos ou a brutal conduta ditatorial? O que indigna mais: sua imensa ignorância ou vê-lo dançando na televisão enquanto nas ruas seus esbirros assassinam jovens indefesos?

A lista é longa e os venezuelanos a conhecem – 90% deles repudiam Maduro. Mas não apenas os venezuelanos. O restante do mundo também descobriu – finalmente – o caráter ditatorial, corrupto e inepto de Nicolás Maduro.

E, no entanto, não é Maduro o que importa. Tirá-lo do poder não basta. Ele é simplesmente o bobo útil, o títere dos que realmente mandam na Venezuela: os cubanos, os narcotraficantes e as viúvas do chavismo. E, obviamente, os militares – ainda que, tristemente, as Forças Armadas tenham sido subjugadas e estejam a serviço dos verdadeiros donos do país. Assim, vemos diariamente militares dispostos a massacrar seu povo para preservar no poder a oligarquia criminosa que governa a Venezuela.

O componente mais importante dessa oligarquia é o governo cubano. Há três anos, escrevi: “A ajuda venezuelana é indispensável para evitar que a economia cubana entre em colapso. Ter um governo em Caracas que mantenha tal ajuda é um objetivo vital do Estado cubano.

E Cuba acumula há décadas experiência, conhecimentos e contatos que lhe permitem operar internacionalmente com grande eficiência e, quando necessário, de modo quase invisível”.

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