Por Kris Osborn – texto do Military.com
Tradução, adaptação e edição – Nicholle Murmel
O canhão laser com 30 kilowatts de potência embarcado no USS Ponce está sendo usado em contextos de operações pela tripulação no Golfo Pérsico – trata-se da primeira vez que uma arma de energia direcionada é empregada em operações navais. “Testamos [o laser] no laboratório e operacionalmente no mar. Agora não precisamos mais testar. Ele é operacional”, declarou o contra-almirante Matthew L. Klunder, chefe de pesquisas do Office of Naval Research. “[O laser] é usado todos os dias”, completa.
Se uma embarcação de ataque de porte pequeno ou grande, um míssil ou aeronave ameaçar a base flutuante, a tripulação pode destruir o alvo em segundos com o canhão de energia direcionada. “se tivéssemos que defender o navio hoje, o canhão destruiria qualquer ameaça que se aproximasse, temos as normas de engajamento (ROE ou rules of engajament) para tal”, explica o contra-almirante Klunder.
O chamado Navy's Laser Weapon System, ou LaWS, usa o calor gerado pela energia direcionada para destruir alvos velozes, lentos ou fixos. O armamento conseguiu incinerar drones e outros alvos em testes de fogo, e agora é considerado operacional a bordo do navio de assalto anfíbio (LPD) convertido em base flutuante. Segundo o almirante Klunder, o canhão foi projetado para destruir alvos a um custo de 59 centavos de dólar por disparo – valor muito menor do que as centenas de milhões necessários para disparar mísses interceptadores como o Standard Missile-2.
Os tripulantes do Ponce realizam exercícios com alvos diariamente. “Os tripulantes aprenderam a lidar com várias possíveis alvos que podem encontrar em termos de velocidade e tamanho”, diz o almirante. Os militares e engenheiros também descobriram usos inesperados para o laser como coleta de inteligência, reconhecimento e vigilância – o telescópio de longo alcance que compõe o canhão permite buscar e rastrear alvos. “Conseguimos identificar coisas a longas distâncias e em alta definição. O telescópio com grande abertura nos permite alcance e aumento das imagens”, explica Klunder.
Autoridades da Marinha americana afirmam que o sistema LaWS é bem integrado ao radar e aos sistemas de armas do Ponce, como o sistema de defesa de ponto (CIWS), projetado para lançar interceptadores menores contra fogo inimigo. “Até o momento, [o laser] superou as expectativas. Ele foi ao mar em setembro e é operacional desde então. Integrou-se bem aos sistemas de navegação, radar e CIWS. Colocamos o armamento em um teatro de operações exigente.”, diz o contra-almirante Bryant Fuller, vice-chefe da divisão de projetos navais, integrão e engenharia naval do Naval Sea Systems Command.
Além de proporcionar outros níveis de precisão e velocidade no combate naval, autoridades da US Navy argumentam ainda que o laser também é mais seguro para as tripulações, já que o armamento não depende dos propelentes e da pólvora tradicionais que os navios precisam armazenar. Energia direcionada precisa apenas de eletricidade e pode ser disparada enquanto houver fonte.
O contra-almirante Klunder diz que o sistema laser é durável e opera bem em várias condições meteorológicas. Ele citou que o LaWS funcionou excepcionalmente bem após uma tempestade de poeira na região do Golfo. Além de analisar os dados da performance do armamento, autoridades da US Navy também trabalham em uma próxima geração de lasers muito mais potentes, em torno de 100 a 150 kilowatts, que estariam disponíveis em 2016 ou 2017.
Apesar de as especificações técnicas desses futuros canhões ainda estares sedo definidas, a Marinha está confiante de que as armas serão disponibilizadas para uma variedade ampla de navios, incluíndo contratorpedeiros, cruzadores e navios de combate litorâneo (LCS), entre outros. “Fizemos trabalho de análise e sabemos em quais navios o sistema pode ser embarcado. Francamente, são vários na frota. Estamos conversando acerca de em quais deles queremos implementar [os lasers] no futuro, especialmente os navios que suportariam bem os canhões de 100 a 150 kilowatts. São esses que buscamos para uso mais amplo”, diz Klunder.