A missão de pacificação da Organização das Nações Unidas (ONU) no Mali mobilizou tropas ao redor de um reduto separatista no norte do país nesta terça-feira, buscando evitar um agravamento de confrontos entre rebeldes e milícias pró-governo que ameaça acabar com um acordo de paz.
Os separatistas, liderados pelos tribais tuaregues, e milícias pró-governo do grupo Plataform, assinaram um acordo de paz em junho. O objetivo era pacificar o norte e permitir que o Exército do Mali se concentrasse em combater militantes islâmicos no país do oeste africano.
Os dois lados têm culpado um ao outro pelos confrontos, iniciados no sábado. Na segunda-feira, milicianos do Plataform tomaram a cidade de Anefis das mãos dos separatistas da Coordenação dos Movimentos Azawad, aumentando as possibilidades de avançarem sobre a cidade de Kidal, principal reduto do grupo.
"Estes atos constituem uma patente violação do cessar-fogo e do acordo de paz", afirmou a missão da ONU, conhecida como Minusma, em comunicado.
Há mais de 9.000 pacificadores da ONU no Mali, sendo 90 por cento no norte do país. A força da ONU não especificou quantos soldados foram posicionados ao redor de Kidal.
Força da ONU na República Centro-Africana recebe novas acusações de estupro
A já conturbada missão de paz da Organização das Nações Unidas na República Centro-Africana recebeu novas acusações de estupros cometidos por pacificadores, incluindo vítima menor de idade, disse uma porta-voz da ONU nesta quarta-feira.
Na semana passada, o chefe da missão, conhecida como Minusca, foi demitido após uma série de alegações de abuso sexual e uso excessivo da força cometidos por pacificadores. Babacar Gaye foi substituído do comando por Parfait Onanga-Anyanga, nomeado chefe interino da missão.
“Uma nova série de perturbadoras alegações de más condutas recentemente vieram à tona”, disse a repórteres a porta-voz da ONU Vannina Maestracci.
“Os eventos supostamente aconteceram nas últimas semanas”, afirmou ela. “Estas novas alegações dizem respeito a um relato de que três jovens moças foram estupradas por três membros do contingente militar da Minusca.”
Ela disse que uma das moças era menor de idade e que o incidente aconteceu em Bambari, onde tropas da República Democrática do Congo (RDC) estão destacadas.
As alegações foram feitas para a divisão de direitos humanos da Minusca em 12 de agosto pelas famílias das três mulheres, disse a porta-voz.
Fontes da ONU, falando em condição de anonimato, confirmaram à Reuters que os soldados acusados eram da RDC. As fontes disseram que a ONU em Nova York foi informada das alegações em 17 de agosto.