O presidente François Hollande alertou nesta terça-feira (25/08) que a França "ainda está exposta" e deve se preparar para mais ataques, dias depois de um ataque a um trem de alta velocidade ter sido evitado por passageiros.
"Nós estamos sempre expostos. E a agressão que ocorreu na sexta-feira podia ter gerado uma carnificina monstruosa. Ela é a prova de que temos de nos preparar para outros ataques e, assim, protegermos a nós próprios", afirmou o chefe de Estado francês durante um encontro com diplomatas.
O alerta foi feito dias depois da detenção do marroquino Ayub el-Khazzani, de 25 anos, na sequência de um ataque frustrado contra um trem que fazia a ligação entre Paris e Amsterdã. Ele nega qualquer ligação com grupos radicais islâmicos e alega que tentava assaltar o trem para ter dinheiro para comprar comida.
Apelo à Turquia
No mesmo discurso para embaixadores franceses, centrado na política externa, o presidente francês disse que a Turquia deve fazer mais para enfrentar o "Estado Islâmico" na Síria e apelou para que Ancara restaure o diálogo com grupos curdos, após lançar ataques contra eles há mais de um mês.
"Todos os envolvidos devem ser parte da solução. Penso nos estados árabes do Golfo e no Irã. Penso na Turquia, que precisa ser envolvida na luta contra o 'Estado Islâmico' e precisa reiniciar o diálogo com os curdos", disse Hollande.
Hollande reiterou que o presidente Bashar al-Assad não pode fazer parte do futuro da Síria, mas que há sinais de que uma transição política pode ser encontrada.
A França, que tem participado em ataques aéreos contra o EI no Iraque, mas não na Síria, afirma que não há planos para mudar essa política. "Vamos continuar ajudando a oposição síria e participando da coalizão no Iraque, garantindo que seja mais eficaz", disse ele.
Hollande também ressaltou que o acordo alcançado com o Irã sobre seu programa nuclear abriu uma oportunidade para incluir o país na solução de crises regionais, como na Síria, onde Teerã é aliado de Assad. "Temos que pedir ao Irã que associe na solução de crises que assolam a região", disse Hollande.