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TERROR – Alerta de atentado na América Latina

Janaína Figueiredo
Correspondente

BUENOS AIRES. Agências estatais de inteligência dos Estados Unidos e de governos europeus enviaram nesta semana um alerta a vários países latino-americanos, informando sobre a possibilidade de um atentado terrorista no continente. Segundo informaram o jornal "El País", do Uruguai, e o site de notícias "Infobae", da Argentina, o documento recebido por órgãos da região confirma a possível realização de um ataque por grupos extremistas islâmicos. O "Infobae" citou especificamente o Hezbollah libanês, frequentemente ligado por fontes ocidentais a atentados em outros países, sobretudo contra alvos judaicos.

No Uruguai, o governo do presidente José "Pepe" Mujica acionou o protocolo previsto nestes casos, reforçando a segurança em portos e aeroportos. As medidas foram adotadas pela Direção Geral de Informação e Inteligência (DGII), no âmbito do Ministério do Interior. Fontes do setor disseram ao "El País" que "este alerta não quer dizer que vá ocorrer um atentado em território nacional, mas sim que o país pode ser utilizado como base, refúgio ou simplesmente trânsito por grupos deste tipo".

As mesmas fontes explicaram que o protocolo implementando prevê "especial cuidado com pessoas que registrem algum antecedente neste tipo de atividades". E acrescentam não estarem "discriminando pessoas somente pelo fato de elas serem muçulmanas".

Troca de informações sobre pessoas e elementos suspeitos

Agências de segurança e inteligência locais estariam trocando informações sobre pessoas e elementos considerados suspeitos. Os escritórios da Interpol no continente também estariam trabalhando na prevenção de atentados, fornecendo dados sobre pessoas e grupos terroristas que poderiam estar na região.

A denunciada presença de células do Hezbollah na América Latina é uma ameaça latente que há vários anos preocupa governos do continente. Em 2011, membros do Congresso americano alertaram sobre ações do grupo na Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. Segundo o deputado republicano Patrick Meehan, chefe da Subcomissão Contra o Terrorismo da Comissão de Segurança Nacional, o Hezbollah "tem uma ampla rede na região" e isso significa um risco para a segurança americana.

Em artigo publicado também no ano passado e intitulado "A crescente ameaça iraniana na América Latina", a revista "Foreign Policy" afirmou que "nos últimos anos o Hezbollah e seus mecenas no Irã expandiram enormemente suas operações na América Latina, afetando a segurança interamericana e os interesses estratégicos dos EUA". Os autores do texto, o ex-embaixador americano na Organização de Estados Americanos (OEA) Roger Noriega e José Cárdenas, asseguraram que "o Hezbollah usa o Hemisfério Ocidental como base de operações e arrecadação de recursos".

Segundo Noriega, os terroristas instalaram seu centro de operações na Ilha Margarita, um dos principais centros turísticos da Venezuela. Em entrevista ao jornal uruguaio "El País", também no ano passado, o especialista em terrorismo israelense Jonathan Fine disse que está comprovada a ação de células do Hezbollah e da Jihad Islâmica em países do continente americano.

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