Projetos de aplicação de Nióbio estão em fase avançada
A Taurus, Empresa Estratégica de Defesa e uma das principais fabricantes de armas do mundo, está desenvolvendo pesquisas relevantes para aplicação de novos materiais, como o Nióbio.
Potência na produção de vários minerais, o Brasil tem mais de 90% das reservas mundiais desse material, apesar de ainda ser pouco explorado para fins industriais e comerciais.
Pioneira e com forte investimento em inovação, a Taurus está trabalhando, em fase avançada, no desenvolvimento de uma arma inédita, utilizando o Nióbio em sua composição, voltada para as forças armadas e policiais do Brasil e do mundo.
Além disso, a empresa estuda a inclusão do Nióbio na produção de peças com a tecnologia de metal injetado (MIM – Metal Injection Molding), agregando todos os benefícios deste novo material, que garante maior resistência e durabilidade.
A tecnologia de alta performance Metal Injection Molding permite à Taurus produzir peças de geometria complexa, com baixo custo e alto volume, dispensando a necessidade de fornecedores externos, utilizados pela maioria dos fabricantes de armas, com grande vantagem sobre processos tradicionais, como microfusão e usinagem. O atual processo une a resistência mecânica dos metais com a versatilidade de forma dos polímeros, a partir da injeção dos componentes, com posterior processo térmico de remoção dos polímeros e sinterização.
O estudo conduzido pela Taurus indica que, com apenas uma pequena quantidade de Nióbio, é possível modificar o aço, tornando a liga mais eficiente e o produto final mais leve e resistente a temperaturas, impactos e corrosões.
Inicialmente, o Nióbio era utilizado em filamentos de lâmpadas incandescentes. Atualmente, seu uso mais comum é em dispositivos médicos, como o marca-passo, e em joias, por suas ligas metálicas serem fisiologicamente inertes e com características hipoalergênicas.
Ao ser exposto a condições ambientais, o Nióbio forma uma camada “protetora” na superfície, evitando que o metal sofra oxidação. Sendo muito resistente à corrosão, a resistência agregada pelo Nióbio a ligas metálicas faz com que seja uma excelente opção de matéria-prima na confecção de peças automotivas e aeroespaciais. Além disso, possui alto ponto de fusão, ideal para ferramentas e equipamentos que trabalham em altas temperaturas ou com processos de combustão.
Em fase ainda mais avançada estão as pesquisas da empresa com o Grafeno. Atualmente, a Taurus conta com mais de 10 produtos em seu portfólio produzidos com o material.
Célula de pintura robotizada Cerakote® Graphene para o tratamento superficial de peças: Em conjunto com a Cerakote®, a Taurus desenvolveu uma tinta especial com grafeno em sua composição, que protege e torna as armas mais resistentes a riscos e outros danos aos equipamentos.
Linha de pistolas: A empresa lançou, em 2022, a primeira arma do mundo com grafeno na composição de seus componentes injetados e no tratamento superficial das peças metálicas, a pistola GX4 Graphene, revolucionando o mercado, marcando o início da 3ª geração de pistolas e evidenciando o Brasil como pioneiro nesta inovação. E seguiu inovando. Hoje, oferece ao mercado diversos modelos em diferentes plataformas de pistolas: na família GX4 (GX4 Graphene, GX4 XL Graphene e GX4 Carry Graphene), na plataforma Striker TS9 (TS9 Graphene e a versão compacta TS9c Graphene) e na plataforma Taurus Hammer (TH380 Graphene e a versão compacta TH380c Graphene).
Coldres: A Taurus também criou um modelo de coldre com grafeno em sua composição para a pistola GX4 T.O.R.O. Graphene, que oferece segurança e durabilidade, com resistência a impactos, formato que se mantém inalterado e superfície que não acumula umidade. Além disso, seu design ergonômico proporciona um encaixe perfeito junto ao corpo, com bordas arredondadas, lisas e polidas, e um guarda-mato rebaixado para um acesso rápido ao gatilho.
Maletas de transporte: Desenvolveu também maletas de transporte exclusivas revestidas com grafeno.
Linha de supressores: Em abril de 2023, lançou sua linha de supressores (ou silenciadores) de alto desempenho e multicalibre, voltada para a melhor performance dos profissionais de operações táticas e especiais. Os supressores Taurus são os primeiros do mundo a serem fabricados com core único, em Titanium, com cobertura exclusiva em Cerakote® Graphene, e que possuem inovador sistemas de anéis.
Lubrificante para armas: A companhia lançou, em junho de 2023, o lubrificante para armas UP1 TAURUS, com a exclusiva tecnologia TN-M® (tratamento nanotecnológico de metais), que possui em sua composição química o Grafeno, componente, entre outros, que contribui para a preservação e conservação das partes metálicas móveis e fixas do armamento, garantindo uma melhor manutenção e lubrificação.
Linha de facas artesanais: A Taurus também lançou, recentemente, uma coleção de facas artesanais, que inclui a primeira faca no mundo com acabamento da lâmina em Cerakote® Graphene.
A Taurus está ainda desenvolvendo outros projetos pioneiros, contemplando o novo ciclo tecnológico de materiais inéditos utilizados na fabricação de armamentos, como o DLC (Diamond Like Carbon) e o Polímero de Fibras Longas, adicionando ao seu portfólio armas cada vez mais leves e resistentes.
“A escolha adequada e o desenvolvimento de materiais para cada aplicação são fundamentais para obtenção de produtos de alta performance. Estamos comprometidos em desenvolver soluções que aliem qualidade, competitividade, inovação e sustentabilidade. Investimos na qualificação das pessoas, em novos produtos, processos, em tecnologias de ponta, tanto de equipamentos quanto de materiais, para garantir a excelência de nossos produtos e atender às expectativas de nossos clientes. O desenvolvimento de novos materiais é um fator essencial para estimular a inovação”, afirma Salesio Nuhs, CEO Global da Taurus.
Desde 2020, a Taurus tem no Brasil o Centro Integrado de Tecnologia e Engenharia Brasil/Estados Unidos (CITE) com mais de 250 engenheiros dedicados à pesquisa e ao desenvolvimento de novos produtos, tecnologias e processos.
Nos últimos anos, a empresa também estabeleceu parcerias estratégicas com universidades, laboratórios e institutos de pesquisa que atuam em linha com as mais avançadas soluções tecnológicas do mundo, visando expandir sua capacidade de pesquisa e desenvolvimento. Ainda, investiu mais de R$ 500 milhões em novos maquinários, equipamentos, sistemas, processos de produção automatizados, desenvolvimento de células robotizadas, para modernização do seu parque fabril em direção à indústria 4.0.
Ao mesmo tempo, a empresa está comprometida na capacitação e desenvolvimento contínuo das pessoas, com o intuito de contribuir efetivamente para o crescimento pessoal e profissional de seus colaboradores, e em ter um papel ativo no desenvolvimento e uso de tecnologia, adotando processos operacionais eficientes e robustos. Neste contexto, conta com o Programa Taurus de Educação Continuada, que inclui uma plataforma de treinamento para qualificação profissional de toda sua operação, além de incentivos aos colaboradores para se qualificarem em cursos de graduação, mestrado e doutorado em renomadas instituições de ensino.
Além disso, o foco da Taurus é em desenvolver produtos compatíveis com as necessidades do futuro, alinhados aos conceitos ESG (sigla em inglês para “ambiental, social e governança corporativa”). Neste sentido, a empresa está comprometida em fomentar projetos pioneiros, como os citados anteriormente, que promovam novos materiais e aplicações sustentáveis e que agreguem valor às riquezas naturais brasileiras. Por serem tecnologias disruptivas, tendem a competir com tecnologias existentes e substituir materiais com décadas de uso.
“Somos uma empresa brasileira e, até por isso, acreditamos que esses investimentos e projetos são de extrema importância para o país, agregando valor às nossas riquezas, à medida em que possuímos 75% das reservas de grafite no planeta e mais de 90% das reservas de nióbio, promovendo avanço tecnológico e contribuindo para a sustentabilidade. Essas iniciativas abrem caminho para a pesquisa e fabricação de produtos muito mais modernos e tecnológicos”, diz Nuhs.
A indústria de defesa tem papel importante na segurança nacional, na economia e no apoio e desenvolvimento de novas tecnologias. As principais tecnologias do mundo vieram da área de defesa e permearam depois para a sociedade, como por exemplo a internet, que foi criada em plena Guerra Fria com objetivos estritamente militares, e o micro-ondas, que surgiu graças à engenharia militar.