Redação DefesaNet
No ano passado, os líderes sêniores do Pentágono concordaram em que dois nomes deveriam ser promovidos ao posto de general quatro estrelas.
Para o secretário de Defesa da época, Mark T. Esper, e o general Mark A. Milley, e o Chefe do Estado-Maior Conjunto, a parte complicada era que os dois oficiais talentosos eram mulheres. Em 2020 na América, sob o presidente Donald J. Trump, os dois líderes do Pentágono temiam que quaisquer candidatos, exceto homens brancos, para cargos em sua maioria ocupados por homens brancos, pudessem entrar em turbulência assim que suas indicações chegassem à Casa Branca.
Esper e o general Milley temiam que, se ao menos levantassem seus nomes – general Jacqueline D. Van Ovost, da Força Aérea e a tenente-general Laura J. Richardson, do Exército -, o presidente Donald Trump iria substituí-las por seus próprios candidatos, antes de deixar o cargo.
Assim, os funcionários do Pentágono concordaram com uma estratégia incomum: eles retiveram suas recomendações até depois das eleições de novembro, apostando que se Joseph R. Biden Jr. vencesse, ele e seus assessores apoiariam mais as escolhas do Pentágono do que Trump, que havia se atritado com o Secretário da Defesa Esper e tinha um histórico depreciativo de mulheres. Eles mantiveram o plano mesmo depois que Trump demitiu Esper, seis dias após a eleição.
As promovidas, no dia 06 Março 2021, foram:
As duas generais Van Ovost e Richardson são as líderes femininas de mais alto escalão, na liderança de dois dos 11 comandos combatentes do país, responsáveis ??pela coordenação de operações militares específicas nas áreas correspondentes.
O US TRANSCOM (Transportation Command) gerencia a entrega de suprimentos e a coordenação de logística para as tropas dos EUA em movimento ao redor do globo, enquanto o SOUTHCOM coordena o envolvimento militar dos EUA e a cooperação com parceiros na América Latina.
Van Ovost é a única atual general quatro estrelas do Pentágono e apenas a quinta na história de 73 anos da Força Aérea. Ela foi um piloto de teste; comandante de um esquadrão de reabastecimento, uma ala de treinamento e uma ala de transporte aéreo; e o chefe do programa C-17 Globemaster III no Pentágono. Ela serviu como vice-chefe do Estado-Maior Conjunto, entre muitos outros cargos após sua graduação na Academia da Força Aérea em 1988. Ela se tornou a chefe do Comando de Mobilidade Aérea, com sede na Base Aérea de Scott, Illinois – que também abriga o TRANSCOM – em agosto de 2020.
General Laura J. Richardson, do US Army comandará o Comando Sul (SOUTHCOM), promovida à quatro estrelas.
Gen Richardson e Gen Milley, em audiência no Congresso, em 2016.
General Laura J. Richardson assumiu o Comando Norte do Exército dos EUA, na Base Conjunta de San Antonio, Fort Sam Houston, Texas, em 2019. De acordo com o San Antonio Express-News, ela é uma das primeiras mulheres generais de armas de combate do Exército e se tornou a primeira mulher "a comandar o componente do Exército de uma ação com outras forças" naquele ano.
Ela é uma piloto do helicóptero UH-60 Black Hawk, que voou em missões de combate em 2003 durante a Guerra do Iraque. O Exército não tem uma general quatro estrelas do sexo feminino desde que a General Ann Dunwoody, que foi a primeira mulher na história dos Estados Unidos a alcançar o posto em 2008.
Apenas uma mulher liderou um comando combatente na história dos EUA.
Em 2016, o então presidente Barack Obama nomeou a General Lori Robinson da Força Aérea para liderar o Comando Norte dos Estados Unidos, função em que ela serviu por dois anos. Em 2018, seu perfil foi publicado na Time Magazine.
