As operações russas na Síria, realizadas de dia e à noite, têm chamado a atenção pelo emprego de novas táticas e também equipamentos. Alguns deles desenvolvidos para o PAK-FA, o caça T-50 de Quinta Geração em desenvolvimento pela empresa Sukhoi.
As aeronaves
Três são as aeronaves usadas basicamente para as operações de ataque ao solo. Já em uso há vários anos nas Forças Armadas Russas:
O SU-24M, código OTAN FENCER, capaz de carregar 8 toneladas de bombas ou mísseis,. A versão em uso permite que ele lance tanto as “dumb bombas” (bombas burras) como “smart bombs”, e opere tanto de dia como à noite. Seu projeto nos anos 80, durante a Guerra Fria era para penetração a baixa altitude em grande velocidade, similar à do Tornado europeu.
O SU-25, código OTAN FROGFOOT, é uma aeronave de apoio ao solo (CAS) por projeto. Capaz de levar 4 toneladas de armamentos é pesadamente blindado para sobreviver à missão.
A versão usada na Síria é a modernizada SU-25SM. A modernização permite operar de dia e à noite podendo lançar “smart bombs”. As primeiras imagens dos SU-25SM operando à noite, desde a Base de Latakia, indica que têm capacidade para operar à noite.
Com uma carga reduzida o SU-24M consegue cobrir todo o território da Síria.
O SU-34, código OTAN FULLBACK, é de uma geração mais moderna, com capacidade de carga 12 toneladas, e capaz de lançar bombas e mísseis a grande velocidade. Como o SU-25, mas diferentemente do SU-24, é capaz de permanecer na área de ação e é possui proteção balística. É capaz de operar à noite.
Mostrando um perfil de comunicação mais agressivo os russos estão aos poucos mostrando os equipamentos que estão empregando na Síria. E fazem questão de indicar que a distância entre as Forças Aéreas Americanas e da OTAN não é tão superior como esperado.
Os russos produzem as mesmas classes de armas guiadas como os Estados Unidos. O único problema previsto por analistas russos é a da quantidade de estoques destas armas no inventário russo, O fluxo logístico para as Forças Russas na Síria tem sido grandemente monitorado pela OTAN.
As “smart bombs” são adaptações das “dumb bombs” com acréscimo de sistemas de guiagem: satélite, televisão ou laser. Os sistemas de guiagem por satélite são mais precisos, que a TV ou Laser, e podem ser usados em condições de baixa visibilidade ou à noite.
Os Sistemas de guiagem a laser e por televisão começaram a ser desenvolvidos nos anos 70 tanto pelos Estados Unidos como pela então União Soviética.
Os russos têm usado bombas com guiagem satelital, através do Sistema GLONASS.
O GLONASS é menos preciso a baixas altitudes do que o Sistema GPS Americano, mas mais preciso a grandes altitudes.
As primeiras imagens de as equipes de terra colocando munições de 100 e 250kg nos SU-24 e SU-25.
Os russos, ao contrário dos americanos, não consideram ser custo eficiente equipar sistemas de guiagem sofisticados em bombas pequenas, que serão empregadas basicamente contra pessoal e soft targets.
As bombas de 500 kg empregadas até o momento são de dois tipos: convencional alto-explosivo FAB-500, e bombas penetradoras de concreto Betab-500.
Quando as bombas FAB (burras) são adptadas para “smart bombs”, os russos passam a chamar de bombas KAB bombs (korrekteeruyemaya aviabomba).
As bombas “smart” de 500 kg usadas na Síria são chamadas pelos russos de KAB-500. Quando estas bombas usas guiagem laser recebem a designação KAB-500L. Quando é por satélite têm a designação KAB-500S-E.
Bombas usando guiagem laser e satélite têm sido usadas na Síria pelos russos. Bombas guiadas por TV não tem sido mencionado o emprego na Síria. Sua designação é KAB-500T.
Há exemplos de smart bombs de 1.500 kg, que podem ser empregadas nos SU-24 e SU-34. O máximo peso de uma bomba de que o SU-34 pode levar é de 4.000 kg.
No arsenal russo há até bombas mais pesadas. A mais pesada bomba FAB é 9.500 kg. Foi empregada pelos iraquianos na chamada Guerra das Cidades durante a Guerra Irã-Iraque.
Caso os russos usassem este tipo de bomba seria necessário o emprego do bombardeiro supersônico TU-22.
Caso a Rússia usar esta classe de armamento TU-22M voariam desde bases na Rússia com reabastecimento em voo..
Mísseis
Tem sido reportado o emprego de dois tipos de mísseis.
O primeiro, míssil guiado Kh-29, comparado ao US Maverick. Sua carga explosiva é de 320 kg, bem maior do que a do Americano na faixa de 60 kg a 140 kg.
O Kh-29 é projetado para uso contra alvos de infraestrutura, depósitos e pontes. Tem um alcance de 10-30 km, dependendo da versão, e incorpora variada gama de guiagem: laser, térmico, radar ativo e TV.
Os russos têm confirmado o uso de bombas guiadas a laser no míssil Kh-29 – disparado desde um SU-34 ou SU24.
Outro míssil que pode estar sendo usado, porém sem confirmação , é o S-25L.
É uma versão de menor alcance 3-8 km, que foi originada de um foguete, e incorporado a guiagem laser. Pode ser lançado desde um SU-25.
O novo míssil Kh-38, substituirá o Kh-25, é uma nova família. Porém não tem sido identificado o seu emprego na Síria.
Sistemas Inteligência e Reconhecimento
Na área de inteligência, reconhecimento pouco é conhecido do que está sendo operado pelos russos na Síria.
Os russos têm mantido sob segredo os progressos em drones de vigilância. Há informes de grande quantidade de drones russos operando na Síria, propiciando cobertura 24 horas.