O Kremlin afirmou nesta quinta-feira (12/01) que está preocupado com o envio de tropas americanas para a Polônia e destacou que considera a manobra uma ameaça para a segurança nacional. Os Estados Unidos enviaram cerca de 2,7 mil militares ao país europeu para reforçar o flanco oriental da OTAN. O total previsto é de 3,5 mil.
"Vemos isto como uma ameaça a nós. São ações que representam uma ameaça para nossos interesses e nossa segurança", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
"Qualquer país terá uma atitude negativa diante do aumento da presença militar estrangeira junto a suas fronteiras. Além disso, é um terceiro país o que aumenta a presença militar em nossas fronteiras. Não é um país europeu", destacou.
Além dos militares, os EUA enviaram nesta quinta-feira à base militar de Zagan, na Polônia, 80 tanques e material pesado de guerra. As tropas permaneceram estacionadas no país. Este é o maior reforço militar dos Estados Unidos enviado à Europa nas últimas décadas e o primeiro com caráter permanente na região.
Esse deslocamento militar faz parte da resposta da OTAN às movimentações militares russas na Ucrânia, que resultaram na ocupação da Crimeia em 2014. Tropas americanas e de outros países da aliança têm realizados exercícios militares conjuntos no flanco oriental da OTAN desde então, após o pedido da Polônia e de ex-repúblicas soviéticas nos Bálcãs.
O ministro polonês da Defesa, Antoni Macierewicz, declarou nesta quinta-feira que a presença de tropas da OTAN acabará com a influência de Moscou na região. "Mesmo depois de 1989, perguntávamo-nos constantemente se a Rússia não vetaria essa ou aquela ação. O poder de veto da Rússia na Europa Central, na Polônia, está acabando de uma vez por todas", declarou à emissora de televisão TVP.