O ministério da Defesa da Rússia convocou neste domingo (13/12) o adido militar da Turquia em Moscou para esclarecer sobre um incidente ocorrido no Mar Egeu entre um de seus navios de guerra e uma embarcação turca.
O navio russo Smetlivy efetuou vários disparos de aviso para evitar a colisão com uma embarcação de pesca de bandeira turca que se encontrava em rota de colisão na costa da ilha grega de Lemnos, no Mar Egeu.
A tripulação do navio de guerra russo contatou os pescadores via rádio e depois de forma visual quando a embarcação turca estava a cerca de um quilômetro de distância, mas não obteve resposta.
De acordo com o Kremlin, quando a embarcação se aproximou a 600 metros da fragata russa foram utilizados armas de fogo para evitar a colisão. "Imediatamente, o pesqueiro turco mudou de rumo e, sem efetuar qualquer contato com a tripulação russa, continuou a navegar", afirmou por meio de nota.
As relações entre os dois países estão tensas desde 24 de novembro, quando um avião turco derrubou um caça russo próximo à fronteira com a Síria. O avião russo teria supostamente violado o espaço aéreo da Turquia, apesar de Moscou negar o sobrevoo sobre o território turco.
Quatro dias depois, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou estar “triste” e lamentar o abate do avião. Mas, no mesmo dia, o presidente russo, Vladimir Putin, impôs sanções econômicas contra Ancara como importação de produtos, suspensão da isenção de vistos para turcos, entre outros.
Mais recentemente, Putin acusou a Turquia de abater o avião russo para proteger o fornecimento de petróleo a Ancara pelo “Estado Islâmico” (EI). Em resposta, Erdogan afirmou que o país não compra petróleo do grupo extremista e que iria renunciar se a acusação puder ser comprovada.