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Rússia anuncia investimentos milionários em energia e cooperação na Bolívia

A Rússia anunciou nesta quarta-feira em La Paz que realizará investimentos milionários anuais na Bolívia em projetos relacionados com as indústrias do gás natural e do lítio, além de cooperar diretamente com o governo local.

O vice-ministro de Energia da Rússia, Yuri Sentyurin Petrovich, revelou os planos de cooperação entre os dois países em entrevista coletiva na capital boliviana, onde uma delegação de autoridades e empresários russos negociam um convênio estratégico.

O novo palco de colaboração, que ainda será definido, incluirá investimentos em exploração e extração de jazidas de gás natural. O valor dependerá da participação da estatal russa Gazprom, mas Petrovich afirmou que serão "centenas de milhões de dólares". Apesar disso, a Yacimentos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), estatal boliviana do setor, seguirá como dona da matéria-prima.

Em relação ao lítio, minério que a Bolívia possui as maiores reservas do mundo, Petrovich indicou que duas empresas russas estão dispostas a compartilhar tecnologia avançada com o país.

A Rostec poderá ajudar a Bolívia na extração, exploração e industrialização do mineral para criar baterias, enquanto a companhia nuclear Rosatom pode cooperar na pesquisa do lítio como combustível, explicou o vice-ministro russo.

Petrovich também classificou como "histórica" a entrada da Bolívia em um setor de alta tecnologia como o da indústria nuclear e celebrou o fato de o país estar construindo, com tecnologia russa, uma usina nuclear de pesquisa com fins civis em El Alto.

Petrovich disse que a cooperação russa com a Bolívia irá além da energia, se entendendo também aos âmbitos da mineração, agricultura, pesquisa e educação.

O vice-ministro russo também afirmou que a queda dos preços do petróleo está afetando os investimentos em exploração, algo que ainda será notado nos próximos três anos. Por isso, Petrovich defendeu uma estabilização da cotação do barril entre US$ 50 e US$ 55 em relação ao custo anual, que oscila entre US$ 43 e US$ 50.

Para elevar os preços do produto no mercado internacional, o político russo defendeu a necessidade de controlar o ritmo de produção, um argumento defendido pelo país em diversos fóruns de exportação de petróleo ao longo do último ano.

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