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Rouhani diz que Reino Unido enfrentará consequências por apreender navio-petroleiro do Irã

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse nesta quarta-feira que o Reino Unido enfrentará “consequências” por apreender um navio-petroleiro iraniano.

O Irã exigiu a liberação imediata do navio Grace 1, que fuzileiros navais britânicos abordaram no litoral de Gibraltar na semana passada e confiscaram devido à suspeita de que violava sanções transportando petróleo para a Síria.

“Vocês (Reino Unido) são os causadores da insegurança, e perceberão as consequências mais tarde”, disse Rouhani, após uma reunião de gabinete, em comentários transmitidos pela televisão estatal.

“Agora vocês estão tão aflitos que, quando um de seus navios-tanque quer circular na região, têm que trazer suas fragatas porque estão assustados. Então por que cometem tais atos? Em vez disso, deveriam permitir que a navegação seja segura”, disse Rouhani.

O presidente iraniano ainda disse que a decisão do país de elevar o enriquecimento de urânio resultará na produção de combustível para usinas de energia e servirá a outros fins pacíficos, e que consta do arcabouço do acordo nuclear de 2015 com potências mundiais.

Ele falou um dia depois de potências europeias acusarem o Irã de “desenvolver atividades incompatíveis com seus compromissos” com o pacto nuclear e pediu uma reunião urgente das partes do acordo.

“Vocês (europeus) não precisam se preocupar com o Irã, sua preocupação deveria ser com os Estados Unidos, que violaram todo este compromisso e minaram obrigações internacionais”, afirmou Rouhani.

Reino Unido, Alemanha, França, Rússia, China e Irã são as partes remanescentes do acordo, do qual os EUA se desfiliaram no ano passado.

Países europeus pedem reunião urgente entre partes de acordo nuclear com Irã

Potências europeias acusaram o Irã, nesta terça-feira, de “perseguir atividades inconsistentes com seus compromissos”, assumidos sob o acordo nuclear de 2015, e pediram uma reunião urgente entre as partes envolvidas no pacto para discutir o cumprimento das regras pelos iranianos.

Reino Unido, Alemanha, França, Rússia, China e Irã são as partes remanescentes no acordo, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPoA), na sigla em inglês) e que foi abandonado pelos Estados Unidos no ano passado.

“Essas questões de compliance devem ser lidadas no escopo do JCPoA, e uma comissão conjunta deve ser convocada urgentemente”, disseram os ministros das Relações Exteriores de Reino Unido, França e Alemanha, bem como a chanceler da União Europeia, em um comunicado.

As potências europeias ainda não acionaram um processo de resolução de disputas previsto no acordo, disseram diplomatas sob a condição de anonimato.

A comissão conjunta, presidida pela chanceler europeia Federica Mogherini, é formada pelas partes remanescentes no acordo e foi criada para monitorar a implementação e lidar com suspeitas de violações.

“O Irã declarou que quer permanecer no JCPoA. Deve agir de acordo para reverter essas atividades e retornar sem demora ao atendimento integral do JCPoA”, disseram os países europeus.

O acordo de 2015 abriu ao Irã acesso ao comércio mundial por meio da retirada da maioria das sanções econômicas contra o país, em troca de limitações a seu programa nuclear.

O futuro do pacto está em dúvida desde o ano passado, quando os EUA se retiraram e voltaram a impor sanções unilaterais. O Irã diz que quer continuar a se submeter ao acordo, mas que não pode fazê-lo indefinidamente se as sanções norte-americanas impedirem o país de receber os benefícios econômicos previstos.

 

 

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