A primeira-ministra britânica, Theresa May, determinou que submarinos se aproximem da Síria a uma distância de mísseis em preparação aos ataques contra o Exército sírio que poderiam começar até a noite desta quinta-feira, disse o jornal Daily Telegraph.
May não chegou a uma decisão final se o Reino Unido participaria de algum ataque feito pelos Estados Unidos e França em resposta aos supostos ataques químicos, mas quer poder agir sem demora, disse o jornal.
Segundo a publicação, fontes do governo disseram que o Reino Unido está “fazendo tudo que era necessário” para ser capaz de disparar mísseis Tomahawk de submarinos contra alvos militares na Síria.
Perspectiva de ataque dos EUA na Síria causa preocupações de segurança em Israel
Israel realizou reuniões de segurança nesta quarta-feira, em meio a preocupações de que pode ser alvo de ataques da Síria ou do Irã se os Estados Unidos lançarem mísseis contra forças do governo sírio em resposta a um suposto ataque de gás químico no país.
Um membro do gabinete de segurança do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e especialistas de questões estratégicas do país expressaram dúvida sobre se o presidente sírio, Bashar al-Assad, envolvido em uma prolongada guerra civil, arriscaria entrar em conflito direto com Israel.
Mas, eles disseram que Israel —que tem as Forças Armadas mais poderosas da região— está levando a sério uma ameaça do Irã de responder a um ataque realizado na segunda-feira contra uma base aérea síria, pelo qual Damasco, Teerã e Moscou responsabilizaram Israel.
Sete militares iranianos morreram na unidade T-4, segundo a agência de notícias iraniana Tasnim.
Israel não confirmou, nem negou ter realizado o ataque.
Mas, o país prometeu não permitir que o Irã, cujas milícias xiitas aliadas lutam em apoio de Assad, a estabelecer um reduto na Síria e tem conduzido diversos ataques contra supostos comboios de armas que acredita-se serem destinados ao grupo libanês Hezbollah.
Trump alerta Rússia que mísseis "estão a caminho" da Síria
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou a Rússia nesta quarta-feira para uma ação militar iminente na Síria em reação a um possível ataque com gás venenoso, declarando que mísseis “estão a caminho” e criticando duramente Moscou por estar ao lado do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Trump reagia ao fato de a Rússia ter alertado na terça-feira que qualquer míssil dos EUA disparado contra a Síria devido ao ataque fatal contra um enclave rebelde será abatido e que o local de disparo será alvejado.
Seus comentários provocaram o temor de se ver os primeiros conflitos diretos entre as duas potências mundiais por causa da Síria, onde estas apoiam lados opostos na prolongada guerra civil, que agravou a instabilidade em todo o Oriente Médio.
“A Rússia promete derrubar todo e qualquer míssil disparado contra a Síria. Prepare-se, Rússia, porque estão a caminho, lindos e novos e ‘inteligentes’!”, escreveu Trump em uma postagem no Twitter.
“Vocês não deveriam ser parceiros de um animal que mata com gás, que mata pessoas e se diverte com isso!”, tuitou Trump em referência à aliança russa com Assad.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores russo disse em uma postagem no Facebook que “mísseis inteligentes deveriam voar na direção de terroristas, não na direção do governo legítimo”.
A porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, disse que qualquer saraivada de mísseis norte-americanos poderia ser uma tentativa de destruir provas do suposto ataque com gás venenoso na cidade síria de Douma, pelo qual Damasco e Moscou negaram qualquer responsabilidade.
Depois do tuíte de Trump, o Observatório Sírio para Direitos Humanos, um grupo de monitoramento da guerra radicado no Reino Unido com uma rede de fontes na Síria, relatou que forças pró-governo estavam esvaziando grandes aeroportos e bases aéreas militares.
A chancelaria síria acusou os EUA, que vêm apoiando grupos rebeldes no conflito sírio, de usarem “fabricações e mentiras” como desculpa para atingir seu território.
“Não estamos surpresos com uma escalada tão impensada de um regime como o regime dos Estados Unidos, que patrocinou o terrorismo na Síria e ainda o faz”, disse uma fonte oficial da pasta, segundo a agência estatal de notícias Sana.
Após o ataque em Douma o Jaish al-Islam, um grupo insurgente entrincheirado no local, finalmente concordou em bater em retirada, uma grande vitória para Assad que pôs fim a uma longa rebelião na região de Ghouta Oriental, próxima da capital Damasco.
Kremlin diz que não participa de "diplomacia via Twitter" após tuítes de Trump sobre Síria
O Kremlin disse nesta quarta-feira que não se envolve em “diplomacia via Twitter”, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou a rede social para advertir a Rússia sobre uma iminente ação militar na Síria, relatou a agência de notícias Interfax.
Segundo a agência, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que cuidados devem ser tomados para não agravar a situação na Síria.
“Nós não participamos de diplomacia via Twitter”, disse Peskov, de acordo com a Intefax. “Nós apoiamos abordagens sérias. Nós continuamos a acreditar que é importante não tomar passos que podem prejudicar uma situação já frágil.”
Putin diz que situação global é preocupante, mas espera que bom senso prevaleça
O presidente russo, Vladimir Putin, advertiu nesta quarta-feira, durante discurso para embaixadores estrangeiros, que a situação do mundo é preocupante, mas disse esperar que o bom senso prevaleça.
Em pronunciamento transmitido pela TV estatal, Putin disse que a Rússia irá respeitar todas as suas obrigações de acordo com a lei internacional e que irá construir relações construtivas com parceiros estrangeiros.
Putin disse, ainda, que planeja realizar conversas com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em junho na Rússia, e que os dois irão discutir tensões na península coreana.