O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou nesta sexta-feira à Crimeia para realizar ali uma reunião de seu Conselho de Segurança, dias após acusar o governo de Kiev de preparar vários atentados terroristas nesta península.
Os dois países aumentaram a presença de suas tropas no istmo que separa a Crimeia da Ucrânia depois que Moscou denunciou que um grupo de sabotadores da inteligência militar ucraniana tentou entrar até três vezes na península com o objetivo de "realizar atentados contra infraestruturas vitais".
A visita coincide, além disso, com o 25º aniversário do golpe de Estado da ala conservadora do Partido Comunista soviético que precipitou a queda da URSS, qualificada por Putin de "catástrofe geopolítica", por causa da perda de territórios como a Crimeia, habitados por maiorias étnicas russas.
Como primeira reação à suposta sabotagem organizada por Kiev, Putin não quis fazer novas reuniões com seu colega ucraniano, Petro Poroshenko, no chamado formato de Normandia, no qual ambos dialogam diretamente com mediação de Alemanha e França.
Ucrânia pode adotar lei marcial se combates no leste do país piorarem, diz presidente¹
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, disse nesta quinta-feira que não descarta adotar uma lei marcial e ordenar uma nova onda de mobilização militar se o conflito com separatistas pró-Rússia piorar.
Poroshenko fez os comentários num momento em que renovadas tensões com a Rússia por conta da Crimeia ressuscitaram os temores de que um frágil cessar-fogo acertado em Minsk, capital de Belarus, em fevereiro de 2015 possa desmoronar na esteira do mês de confrontos mais mortífero em um ano.
"Se a situação se agravar no leste e na Crimeia, não descartamos as possibilidades (de que) seremos forçados a adotar a lei marcial e anunciar uma mobilização (adicional)", disse Poroshenko em um discurso televisionado da região de Lviv, no oeste ucraniano.
Poroshenko não deixou claro o que a adoção da lei marcial pode significar, nem se falava de uma lei marcial no país inteiro ou somente em algumas partes.
A legislação ucraniana estipula que a medida pode ser adotada mediante um decreto presidencial que precisa ser aprovado pelo Parlamento, e pode incluir restrições de movimentação das pessoas, a proibição de partidos políticos e de certas instituições e de reuniões públicas.
¹com Agência Reuters