A China ama a paz, mas jamais fará concessões na defesa de sua soberania, disse o presidente Xi Jinping nesta terça-feira ao comemorar os 90 anos da fundação do Exército de Libertação Popular.
Pequim vem despertando tensão na Ásia e no mundo com sua postura cada vez mais assertiva em disputas territoriais nos mares do Leste e do Sul da China e devido a seu plano ambicioso de modernização militar.
As relações com a autogovernada Taiwan também pioraram desde que Tsai Ing-wen, do pró-independência Partido Democrático Progressista, venceu a eleição presidencial do ano passado. A China considera Taiwan uma província rebelde, que deve ser sujeita a seu controle à força, se necessário.
Xi, que discursou no Grande Salão do Povo, não se referiu diretamente a nenhuma disputa territorial em particular, procurando garantir que as intenções de seu país são pacíficas, mas também mostrou que a China não será pressionada.
"O povo chinês ama a paz. Jamais buscaremos a agressão ou a expansão, mas temos confiança para derrotar todas as invasões", disse Xi, cujos comentários foram transmitidos ao vivo pela televisão.
"Jamais permitiremos que nenhum povo, organização ou partido político separe nenhuma parte do território chinês do país em nenhum momento, de forma nenhuma", afirmou. "Ninguém deveria esperar que engulamos o fruto amargo que é prejudicial a nossa soberania, segurança ou interesses de desenvolvimento".
O Exército tem sido um alvo central da ampla campanha anticorrupção de Xi, e vários militares de alta patente, incluindo Xu Caihou, Guo Boxiong e Gu Junshan, caíram em desgraça desde que Xi chegou ao poder.
Xi disse que, depois de cinco anos de trabalho duro, o Exército de Libertação Popular "remodelou" sua estrutura organizacional e de poder com sucesso, além de sua imagem pública.
Uma reformulação dos altos escalões militares em um congresso quinquenal essencial do Partido Comunista, marcado para o outono local, deve fortalecer ainda mais seu controle, e Xi reafirmou várias vezes a "liderança absoluta" do partido sobre o Exército.
"Para ter militares fortes, precisamos nos ater sem vacilação à liderança absoluta do partido sobre as Forças Armadas, e fazer com que o Exército do povo sempre siga o partido", afirmou o presidente.
As Forças Armadas chinesas, as maiores do mundo, estão passando por um programa de modernização militar ambicioso, que inclui investimento em tecnologia e novos equipamentos, como caças antirradar e porta-aviões, além do corte no número de soldado.
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