O presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à Rússia nesta terça-feira (15) para realizar uma visita oficial. O mandatário ficará três dias no país, mas sua agenda oficial está concentrada apenas na quarta-feira (16). Entre os compromissos está um encontro presencial com o presidente russo Vladmir Putin.
Eles farão uma reunião bilateral a sós, acompanhados apenas de intérpretes. Depois, devem fazer uma declaração conjunta. O presidente russo oferecerá um almoço para o brasileiro. O encontro será na sede do governo da Rússia, o Kremlin Moscou, localizado na Praça Vermelha, um dos grandes pontos turísticos da capital russa.
Para poder se encontrar com Putin, no entanto, o governo russo fez uma série de exigências sanitárias. Bolsonaro e todos os membros de sua comitiva, além dos jornalistas credenciados, precisarão apresentar cinco testes com resultado negativo para covid-19. O último será realizado na entrada do Kremlin.
Outra medida requisitada pelo governo foi a diminuição da comitiva brasileira. Com isso, alguns ministros, entre eles Anderson Torres, da Justiça, acabaram de fora da viagem.
A comitiva agora é composta basicamente de ministros militares. Integram a comitiva presidencial na Rússia o chanceler Carlos França e os ministros-generais Braga Netto (Defesa), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência), Augusto Heleno (GSI) e Bento Albuquerque (Minas e Energia).
Além das agendas com o presidente russo, Bolsonaro também participará de compromissos com representantes do Parlamento russo e com empresários da área do agronegócio. Uma das pautas mais relevantes, do ponto de vista da delegação brasileira, é a comercialização de fertilizantes e insumos fundamentais para o desenvolvimento da agricultura.
Crise na Ucrânia
A viagem de Bolsonaro acontece em meio a um clima de tensão internacional em razão da possibilidade de a Rússia iniciar um conflito armado com a Ucrânia. Ele ficará em Moscou até quinta-feira (17).
Em seguida visitará a Hungria para encontro com o primeiro-ministro Viktor Orbán. O presidente chegou a receber conselhos para cancelar ou adiar a ida à Rússia, mas decidiu ignorar os alertas e manteve a programação inicial.
A Rússia é atualmente o epicentro da maior crise diplomática internacional em curso. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirma que Putin deseja invadir a Ucrânia. A Rússia argumenta que o leste europeu é área de influência do país e quer barrar a entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), liderada pelos EUA.
Com ajuda de outros países como Estados Unidos e França, ainda há negociações na tentativa de superar as divergências políticas e evitar o início de uma guerra que, de acordo com especialistas, pode gerar instabilidades na Europa e no mundo. A invasão, no entanto, pode ocorrer a qualquer momento, segundo afirmou Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano.