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Pré-sal do Brasil contém 176 bi de barris de petróleo e gás, diz estudo

Jeb Blount


O polígono do pré-sal do Brasil, uma área marítima que já resultou em algumas das maiores descobertas recentes de petróleo, pode conter ainda óleo e gás não descobertos suficientes para suprir as atuais necessidades do mundo por mais de cinco anos, disseram pesquisadores.

O polígono, que cobre a maior parte das bacias marítimas sedimentares de Campos e Santos, contém ao menos 176 bilhões de barris de recursos não descobertos e recuperáveis de petróleo e gás natural (barris de óleo equivalente), de acordo com um estudo publicado semana passada por Cleveland Jones e Hernane Chaves, do Instituto Nacional de Óleo e Gás da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

Isso é quatro vezes mais do que os 30 bilhões a 40 bilhões de barris que já foram descobertos na área.

"Essa é uma estimativa conservadora, com uma alta probabilidade de se tornar verdade, 90 por cento, na verdade. Em tese, o total que ainda não foi descoberto de recursos recuperáveis no polígono do pré-sal pode ser tão grande quanto 273 bilhões de barris, mas o número mais alto só tem uma certeza estatística de dez por cento," disse Jones.

A estimativa do INOG é a única grande avaliação do potencial do polígono do pré-sal. A estimativa de 2015 é 54 por cento maior que a de 2010, feita pelo INOG, que variava de 114 a 288 barris de óleo equivalente.

A pesquisa coloca a probabilidade de uma estimativa mais baixa, de 90 por cento, e a previsão mais alta, de dez por cento. Ao contrário de outros países democráticos produtores de petróleo como os Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha e Noruega, a agência reguladora de petróleo do governo (ANP) não publica estimativas de potenciais recursos marítimos do Brasil.

"O Brasil tem sido descuidado por não tornar esses números públicos", disse John Forman, um ex-diretor da ANP. Ele adicionou que a estimativa do INOG é a única estimativa pública confiável que está disponível e que usa métodos aceitáveis pela indústria.
 

Opep sinaliza que produção de petróleo de rivais resiste à queda dos preços¹

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) elevou nesta terça-feira suas projeções para a oferta de petróleo por países não membros do cartel em 2015, um sinal de que o colapso nos preços está demorando mais para impactar os produtores de xisto e outras competidores do que pensava-se antes.

Em um relatório mensal, a Opep disse que não espera uma demanda extra por seu petróleo neste ano apesar de um crescimento mais rápido do consumo, devido à produção acima do esperado nos Estados Unidos e outros países de fora do grupo.

Desde o último ano, a Opep tem se recusado a cortar a oferta apesar da queda dos preços, procurando recuperar participação no mercado ao desacelerar a produção de alto custo nos Estados Unidos e em outros lugares, que havia sido encorajada pela política prévia do cartel, de manter os preços ao redor de 100 dólares por barril.

Mais cedo neste ano, a Opep havia reduzido a projeção para a produção de países não membros em 2015, esperando que os baixos preços levariam a uma desaceleração. Mas nesta terça-feira, a Opep aumentou a previsão em cerca de 90 mil barris por dia, seguindo uma elevação em julho.

"A produção em terra nos Estados Unidos, por fontes não convencionais, deve cair marginalmente no segundo semestre de 2015 até o final do ano, enquanto a produção dos Estados Unidos no mar deve aumentar devido ao início de projetos", disse a Opep.

O relatório também apontou que a Opep continua a impulsionar a oferta. De acordo com fontes preliminares citadas no documento, a Opep produziu 30,51 milhões de bpd em julho, acima da meta.

¹(Por Alex Lawler)

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