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Pompeo diz acreditar que mais empresas dos EUA vão cortar laços com Huawei

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse nesta quinta-feira que a China representa um risco real para a segurança nacional dos Estados Unidos, e que acredita que mais empresas norte-americanas vão romper laços com a Huawei Technologies.

Pompeo disse em uma entrevista para a CNBC que acredita em uma reportagem publicada pelo jornal New York Times que afirma que a China utiliza tecnologia avançada de vigilância para subjugar minorias, o que inclui os muçulmanos uigures.

Chanceler da China diz que a pressão dos EUA sobre Huawei é pura intimidação econômica

O principal diplomata do governo chinês, Wang Yi, disse nesta quarta-feira que a pressão dos Estados Unidos sobre as empresas chinesas, como a gigante de tecnologia Huawei, é intimidação econômica e um movimento para tentar impedir o desenvolvimento do país.

“O uso do poder dos EUA para reprimir as empresas privadas da China, como a Huawei, é uma típica intimidação econômica”, disse Wang em um comunicado no site do Ministério das Relações Exteriores da China.

Wang, que é o principal diplomata e membro do governo chinês, também disse em outro comunicado que a porta da China estará sempre aberta aos EUA para negociações comerciais, mas que o país não aceitará acordos desiguais.

As duas maiores economias do mundo escalaram os aumentos tarifários sobre importações de cada uma depois que as negociações para resolver a disputa comercial iniciada por Donald Trump foram interrompidas. A disputa se intensificou desde que Washington colocou a Huawei em lista negra de comércio dos EUA na semana passada.

China critica "ações erradas" dos EUA, com restrições à Huawei atingindo cadeias de fornecimento

A China disse que os Estados Unidos precisam corrigir suas “ações erradas” para que as negociações continuem após as restrições à Huawei, um movimento que abalou as cadeias globais de fornecimento e prejudicou as ações de tecnologia com investidores temendo uma iminente guerra fria tecnológica.

O conglomerado japonês Panasonic se juntou à lista crescente de empresas que disseram que estão rompendo seus laços com a Huawei Technologies [HTW.UL], que é a segunda maior vendedora mundial de smartphones, afirmando ter interrompido os embarques de alguns componentes.

A decisão foi tomada um dia depois que a ARM, fabricante britânica de chips, disse que suspendeu as relações com a Huawei para cumprir o bloqueio de fornecimento dos EUA, o que pode prejudicar a capacidade da empresa chinesa de fabricar novos chips para smartphones. A Huawei usa blueprints ARM para projetar os processadores que alimentam seus smartphones.

“Se os Estados Unidos quiserem continuar as negociações comerciais, devem mostrar sinceridade e corrigir suas ações erradas. As negociações só podem continuar com base na igualdade e no respeito mútuo”, disse o porta-voz do Ministério do Comércio da China, Gao Feng.

“Vamos acompanhar de perto os desenvolvimentos relevantes e preparar as respostas necessárias”, disse ele, sem dar mais detalhes.

Os Estados Unidos acusaram a Huawei de trabalhar para o governo chinês em atividades contrárias à segurança nacional, acusações negadas pela Huawei. O governo Trump suavizou ligeiramente seu posicionamento nesta semana ao conceder à empresa uma licença para comprar produtos norte-americanos até o dia 19 de agosto para minimizar a interrupção aos clientes.

A japonesa Toshiba disse que retomou algumas remessas para a Huawei depois de suspender temporariamente os embarques para verificar se eles incluíam componentes fabricados nos Estados Unidos.

“O que estamos testemunhando é uma potencial reconfiguração do comércio global como tem sido desde a Segunda Guerra Mundial … os investidores devem começar a pensar em quão sensíveis seus portfólios são aos choques expostos à cadeia de suprimento global”, disse Peter Garnry, chefe de estratégia de ações do Saxo bank, em uma nota intitulada “Você está pronto para uma guerra fria tecnlógica?”

O fundador da Ren Zhengfei, disse à revista financeira chinesa Caixin na quinta-feira que não vê impacto sobre a empresa da decisão da ARM de suspender os negócios com a Huawei.

 

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