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Papa Francisco recusa ordenação de homens casados como padres na Amazônia

O papa Francisco evitará se pronunciar sobre a ordenação como padres de homens casados para a Amazônia – antecipou um grupo de bispos americanos à imprensa nesta terça-feira (11). "O papa não acredita na ordenação de homens casados, mas algo deve ser feito para pessoas privadas da Eucaristia", disse à mídia americana o bispo Oscar A. Solis, de Salt Lake City, Utah.

Ele se refere às regiões remotas da floresta amazônica, às quais os padres não podem acessar com frequência para dar a comunhão. Solis e os bispos do Arizona, Colorado, Wyoming e Novo México foram recebidos por Francisco no Vaticano, na segunda-feira, para a tradicional visita ad limina, que acontece a cada quatro, ou cinco anos.

Com essa decisão, o papa argentino deseja que a esperada exortação apostólica que ele apresentará na quarta-feira sobre a Amazônia, com o título "Querida Amazônia", concentre-se nos desafios ecológicos, sociais e pastorais, e não tanto no fim do celibato. Esta é uma questão que divide profundamente a Igreja. Os religiosos disseram não ter detalhes sobre o texto do papa, que inclui os pedidos dos bispos da região amazônica.

No total, 184 bispos, a maioria latino-americanos, reunidos por três semanas em outubro passado no Vaticano para o Sínodo da Amazônia, aprovaram um documento pedindo a introdução do "pecado ecológico", bem como a possibilidade de ordenar padres casados e ter diaconisas, temas considerados tabus para os católicos conservadores.

Um dos mais controversos pontos aprovados, com 128 votos a favor e 41 contra, a possível ordenação de homens que tenham uma família constituída e estável com autorização para celebrar os sacramentos em áreas remotas poderia desencadear um cisma com os defensores do celibato. "Acho que ele deixou o assunto em aberto, sem uma decisão específica. Então, está aberto à discussão", completou Solis.

 

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Papa critica 'teoria de gênero' que ataca 'diferença'¹

O papa Francisco voltou a criticar a "teoria do gênero", que ataca a "diferença" e é imposta, segundo ele, por certos Estados como o único caminho cultural – conforme um livro-entrevista publicado na Itália, nesta terça-feira (11).

Essa teoria "quer minar a Humanidade em todos os campos e em todas as variações educacionais possíveis", diz, preocupado, o pontífice soberano, estimando que ela é imposta "de cima por certos Estados como o único caminho cultural possível a ser seguido".

Francisco, que fala brevemente sobre esse assunto em um trabalho dedicado ao papa polonês João Paulo II ("São João Paulo, o Grande"), afirma que suas observações não se referem de maneira alguma aos homossexuais, que são bem-vindos à Igreja Católica.

"Minha referência é mais ampla e diz respeito a uma raiz cultural perigosa", aponta ele.

Para o papa argentino, a teoria de gênero "propõe implicitamente a destruição na raiz do projeto de criação de Deus para cada um de nós: a diversidade, a distinção".

A teoria quer "tornar tudo homogêneo, neutro. É o ataque contra a diferença, contra a criação de Deus, contra o homem e a mulher".

Defendendo-se de qualquer "discriminação" contra alguém, o papa deseja "simplesmente alertar contra a tentação de cair no que foi o projeto maluco dos habitantes de Babel" que, em um episódio bíblico, quiseram se limitar a um único idioma e a um único povo.

"Essa aparente uniformidade os levou à autodestruição, porque é um projeto ideológico que não leva em conta a realidade, a verdadeira diversidade das pessoas", acrescenta.

"Não é apagando a diferença que vamos nos aproximar, mas é acolhendo o outro em sua diferença", insiste o papa.

Em outubro de 2016, no avião que o levava de volta de uma viagem ao Cáucaso, o papa Francisco havia falado de uma "doutrinação desonesta" dos livros escolares franceses influenciados pela "teoria de gênero". A fala improvisada e imprecisa do soberano pontífice, com base em uma anedota contada a ele por um pai francês, provocou uma avalanche de críticas na França.

No verão passado, o Vaticano publicou um texto destinado a ajudar os professores nas escolas católicas a combater a "ideologia" de gênero, que "nega a diferença natural entre um homem e uma mulher", enquanto favorece o diálogo e a abertura.

O texto intitulado "Ele os criou homem e mulher" reafirma o papel da família composta por um pai e uma mãe.

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