A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) descartou se unir, formalmente, à coalizão contra o Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, mas deixou em aberto a possibilidade de uma cooperação "prática" – afirmou o embaixador americano na OTAN, nesta quarta-feira.
A coalizão é liderada pelos Estados Unidos.
"Concordamos em não entrar na categorização sobre se somos um membro formal da coalizão, ou não, e, simplesmente, superar essa questão e fazermos a pergunta mais prática sobre se há maneiras", declarou o embaixador Douglas Lute, em uma entrevista coletiva na sede da Otan em Bruxelas.
Reunidos nesta quinta-feira e amanhã em Bruxelas, os 28 ministros das Relações Exteriores da OTAN vão estudar "se há maneiras (…) para um apoio de capacidades e de outras capacidades (militares) de nicho para contribuir" com a coalizão, explicou Douglas Lute.
Uma das opções à mesa seria intensificar a formação de oficiais iraquianos, atualmente proposta pela Otan na Jordânia.
"Recebemos um pedido do primeiro-ministro (iraquiano), Al-Abadi, para estender nossa missão de treinamento no próprio Iraque", explicou o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, em conversa com a imprensa.
No final de abril, na Alemanha, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou na "necessidade de uma Europa forte, que carregue parte de seu fardo" da coalizão anti-EI, pedindo aos europeus e à OTAN que "façam mais". O pedido se referia, principalmente, à campanha aérea na Síria e no Iraque.
Na entrevista de hoje, Lute mencionou ainda missões de formação, ou de apoio ao setor da defesa e a reforma do Exército na Líbia, ou na Tunísia.
Segundo ele, os aviões de vigilância Awacs, usados pela OTAN, também poderiam contribuir com a coleta de informações sobre o que acontece no céu sírio e iraquiano, mesmo se voarem apenas sobre território turco.
O embaixador americano afirmou, porém, que, nesse estágio, a medida não é necessário. A perspectiva desse deslocamento das aeronaves da OTAN suscita fortes reservas em algumas capitais europeias.