O ex-comandante supremo da OTAN na Europa Philip Breedlove tenta convencer os europeus para emprestarem de boa vontade dinheiro para o soldo dos militares americanos.
Foi exatamente desta maneira que o representante do Ministério da Defesa russo, maior-general Igor Konashenkov, explicou as palavras de general Breedlove sobre a ameaça por parte de Moscou.
Antes, no ensaio "Os próximos passos da OTAN: como lidar com a Rússia e outras ameaças" publicado na revista Foreign Affairs, Breedlove escreveu que "a Rússia representa uma ameaça permanente à existência dos Estados Unidos, seus aliados e a ordem internacional".
"O fim de todos estes assaltos é convencer os contribuintes dos países da OTAN a se despedirem de seus meios financeiros para executar a instalação e pagar o soldo aos militares, principalmente americanos, na Europa", disse Konashenkov.
O major-general russo também assinalou que um ensaio russófobo é um sinal de ausência de perspectivas para o general no serviço militar e da sua rápida passagem ao novo estado – “um reformado dos tempos da Guerra Fria”.
"Nós já avisámos que quando se aproximasse a cúpula de OTAN em Varsóvia [em 8 de julho], onde está planejada a tomada de decisão sobre o desdobramento de 4 batalhões da OTAN perto da fronteira com a Rússia, a quantidade de gritos de ‘políticos reformados’ aumentaria no Ocidente", acrescentou o representante do Ministério da Defesa.
Philip Breedlove deixou seu cargo em maio, depois de 39 anos de serviço nas Forças Armadas dos EUA. O general norte-americano Curtis Scaparrotti se tornou o novo comandante supremo das Forças da OTAN na Europa.
A mídia relatou que Breedlove é o autor de mecanismo de fortalecimento do flanco leste da OTAN, incluindo do aumento de material bélico nos Países Bálticos e Europa de Leste.
'OTAN é uma casa velha e é milagre que ainda não se tenha desmoronado'
A OTAN é uma aliança militar obsoleta. Seus exercícios provam que vai indo aguentando e gemendo, informou o jornal alemão Die Zeit. O autor do artigo, Johan Bittner, compara a OTAN com uma construção vetusta que ainda não se desintegrou por qualquer razão.
Há casas velhas, tão torcidas e instáveis, que um arquiteto vendo uma dessas construções não consegue compreender porque ela ainda existe, escreve o jornalista.
A instabilidade instável é o nome certo para este estado. Às vezes, tais casas não caem somente porque o papel de parede seguram as paredes.
Segundo Bittner, os exercícios realizados perto da fronteira russa não são ameaça nenhuma.
"Gemidos e rangeres eram os ruídos que a OTAN soltava durante os exercícios de grande escala Anakonda na Polônia", disse o autor.
Bittner colocou a questão porque a Aliança ainda existe e falou com um participante dos treinamentos, o general norte-americano Bem Hodges, que antes tinha declarado que a Rússia poderia conquistar os Países Bálticos em 36-60 horas.
Quanto aos exercícios Anakonda, já na etapa de planejamento foi claro que tipo de "solidariedade limitada" estava a OTAN prestes a demonstrar em relação à Polônia, escreve Bittner.
Oficialmente, estas não são manobras militares da OTAN, mas das Forças Armadas da Polônia. Dos exercícios participaram 25 mil soldados de 22 países membros da OTAN. Entretanto, alguns países, tais como a Alemanha e a França, consideram que tais exercícios são demasiado provocatórios em relação à Rússia, afirmou Hodges.
Na opinião do general norte-americano, alguns países aceitam a propaganda russa de forma demasiadamente séria.
Hodges destacou alguns problemas dentro da Aliança. O primeiro é que o combustível norte-americano não é compatível com o equipamento militar de todos os países da Aliança. O segundo são os meios técnicos de comunicação. O general pensa que comunicar através de correio eletrônico não é seguro. "Penso que tudo o que envio do meu Blackberry será lido por alguém", afirmou.
Entretanto, Bittner sublinha que mesmo os que leram as mensagens de Hodges em Moscou durante duas últimas semanas não vão considerar a OTAN como agressor. Depois de 20 anos de operações conjuntas a Aliança ainda não conseguiu ser uma equipe unida.
O quinto artigo do Tratado do Atlântico Norte, segundo o qual um ataque militar contra um ou vários membros da Aliança é considerado um ataque contra toda a Aliança, foi elaborado 67 anos atrás por uma geração de políticos diferente em um mundo completamente diferente.
As manobras da OTAN na Polônia se tornaram espetaculares, mas não mais que isso, disse Bittner.
Hodges disse que espera que isso seja somente nos exercícios, porque no caso de uma guerra real tudo acontece de modo mais rápido. Se a Aliança demostra tais desvantagens durante os exercícios, o que se pode descobrir em uma situação de emergência real?
Caças noruegueses defendem Islândia de mítico ataque russo
O espaço aéreo da Islândia e de áreas próximas do mar de Barents estão sendo patrulhados diariamente por caças noruegueses. O objetivo deste esforço combinado da OTAN é travar mais uma vez a Rússia “hostil”.
"As patrulhas são importantes para salientar que a OTAN permanece unida, bem como para sinalizar aos russos que estamos prontos para salvaguardar nossa defesa", disse o vice-comandante supremo aliado da OTAN para a Europa Adrian Bradshaw à emissora nacional norueguesa NRK.
Atualmente, quatro caças noruegueses das bases aéreas de Bodo e de Orlandet estão estacionados na Islândia, encarregados de monitorar o espaço aéreo da ilha e manter um olho sobre a Rússia, uma missão rotativa entre os vários membros da OTAN.
"A Rússia tomou a iniciativa nos mares do norte e agora nós [OTAN] devemos mostrar que temos interesses de defesa comuns ", disse Bradshaw, se referindo aos exercícios russos perto da Noruega.
Rune Jakobsen, das Forças Armadas da Noruegas sublinhou que a Rússia está constantemente usando novos métodos.
"Nós vemos um aumento na atividade marítima e um declínio no uso de aviões de bombardeio estratégico. Hoje, as forças armadas russas também podem conduzir operações militares muito mais rapidamente do que antes. Agora, eles podem chegar com toda sua Frota do Norte em apenas algumas horas. É um desafio para nós", disse Jakobsen.
De acordo com ele, os russos estão usando um novo tipo de submarinos, o que acelera as operações marítimas. O resultado é que os navios de guerra russos poderiam, em caso de necessidade, aparecer em águas exteriores à Noruega no tempo de algumas horas, sem notificarem as forças da OTAN.
A Islândia ficou sem os meios para patrulhar seu espaço aéreo após a retirada da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) da base aérea de Keflavik em setembro de 2006.
No mesmo ano, o primeiro-ministro Geir Haarde solicitou aos membros da OTAN para patrulharem o espaço aéreo da ilha. Notavelmente, Haarde negou que a medida tenha sido especificamente dirigida contra aviões russos, sublinhando que a Islândia mantém relações amigáveis com a Rússia.