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OTAN inicia maiores exercícios militares desde a Guerra Fria

A OTAN inicia nesta quinta-feira (25/10), na Noruega, seus maiores exercícios militares desde o fim da Guerra Fria, envolvendo cerca de 50 mil soldados, 250 aeronaves, 65 navios e 10 mil veículos de 31 países. O

objetivo é treinar as forças da aliança militar do Atlântico Norte para defender um Estado-membro em caso de agressão externa. Os exercícios também visam demonstrar união por parte dos aliados, apesar de dúvidas quanto a isso plantada pelo governo dos Estados Unidos.

"Nos últimos anos, o ambiente de segurança da Europa se deteriorou significativamente", observou o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg. Os exercícios realizados na Noruega "enviam um sinal claro para as nossas nações e potenciais adversários: a OTAN não busca o confronto, mas permanece pronta para defender todos os aliados contra qualquer ameaça", afirmou.

Apesar dos nomes dos "potenciais adversários" não terem sido mencionados por Stoltenberg, a mensagem parece ter sido direcionada à Rússia, país que não hesita em exibir seu poderio militar.

Nos últimos anos, as forças russas anexaram a Península da Crimeia, atuaram para desestabilizar a Ucrânia, reforçaram suas capacidades militares no Ártico e conduziram os maiores exercícios militares de sua história em setembro passado, com cerca de 300 mil soldados.

A embaixada de Moscou em Oslo disse ver a iniciativa da OTAN como um exercício "anti-Rússia". "Tais atividades […] soam como provocações, mesmo com a tentativa de justificá-las como sendo de natureza puramente defensiva", declararam os diplomatas russos.

O aumento da presença militar dos países do Ocidente no Leste Europeu é algo que vem irritando Moscou. Os Estados Unidos e o Reino Unido vêm enviando mais soldados à Noruega sob a justificativa de acostumá-los ao combate sob baixas temperaturas.

No início do mês, o Ministério do Exterior russo chegou a afirmar que tais ações "irresponsáveis" podem desestabilizar a situação política no Hemisfério Norte. As tensões se agravaram ainda mais após o presidente americano, Donald Trump, ameaçar, no último fim de semana, retirar seu país do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), assinado durante a Guerra Fria. Moscou considerou a atitude uma ameaça à segurança global.

Trump manifestou o desejo de aumentar o arsenal militar de seu país, acusando a Rússia de desenvolver o novo míssil SSC-8. O presidente russo, Vladimir Putin, condenou a atitude e alertou para os riscos de uma nova corrida armamentista.

A Rússia, porém, aceitou um convite da OTAN para enviar observadores à Noruega durante os exercícios militares, uma medida que Stoltenberg disse ter sido tomada em nome da transparência. "Contanto que se comportem profissionalmente e evitem situações de perigo, não acho que seja um problema eles monitorarem os exercícios", afirmou.

Apesar de desconfianças manifestadas por Trump em relação à OTAN, os EUA respondem pelo maior contingente dos exercícios de 2018, com mais de 14 mil soldados e um porta-aviões. Os exercícios devem ser realizados até o dia 7 de novembro.

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