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ONG afirma que milhares de sírios foram recrutados pela Rússia para combater na Ucrânia

A Rússia elaborou listas com os nomes de 40 mil combatentes do exército sírio e de milícias aliadas, prontos para serem enviados à Ucrânia, informou nesta terça-feira (15) o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

O Kremlin anunciou em 11 de março que voluntários, incluindo vindos da Síria, seriam bem-vindos para lutar ao lado do exército russo na Ucrânia, invadida pelas tropas russas desde 24 de fevereiro.

De acordo com o OSDH, oficiais russos, em coordenação com o Exército sírio e milícias aliadas, abriram escritórios de inscrição em áreas controladas pelo regime de Damasco.

"Mais de 40 mil sírios se registraram para lutar ao lado da Rússia na Ucrânia até agora", disse Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH, que tem sede no Reino Unido e que conta com uma ampla rede de fontes em toda a Síria.

Oficiais russos, destacados na Síria como parte da intervenção de Moscou em 2015 para apoiar o regime em Damasco, aprovaram a candidatura de 22 mil deles, segundo Abdel Rahman.

Esses combatentes são integrantes de unidades do Exército regular sírio e de milícias pró-regime treinadas pelos russos com experiência em combates em áreas urbanas, segundo o OSDH.

Em um país onde os soldados ganham entre 13 e 32 euros por mês, a Rússia lhes promete um salário de 1.100 dólares (1.000 euros) para lutar na Ucrânia, informou o Observatório.

Eles também têm direito a 7.700 dólares de indenização em caso de ferimentos, enquanto suas famílias receberão 16.500 dólares se morrerem em combate, segundo a mesma fonte.

Pelo menos 18 mil outros homens serão colocados sob a liderança do nebuloso grupo Wagner, uma empresa paramilitar russa privada com ligações com o Kremlin, disse o OSDH, que especificou que ainda não havia observado a saída de recrutas sírios para a Ucrânia.

Um representante do governo sírio negou a existência desta campanha de recrutamento.

"Até o presente momento, nenhum nome foi inscrito, nenhum soldado está registrado e ninguém viajou para a Rússia para lutar na Ucrânia", disse à AFP Omar Rahmun, do Comitê de Reconciliação Nacional.

Mercenários sírios já lutaram na Líbia e no enclave de Nagorno-Karabakh.

As táticas de guerra adotadas pela Rússia na Ucrânia se assemelham àquelas experimentadas e testadas durante anos por Moscou na Síria, onde os russos experimentaram a maioria de suas armas.

Rússia pode assumir controle total das principais cidades ucranianas, diz Kremlin

O Kremlin disse nesta segunda-feira que a Rússia pode assumir o controle total das principais cidades ucranianas e advertiu o Ocidente de que tinha poder militar suficiente para cumprir todos os seus objetivos na Ucrânia sem qualquer necessidade de ajuda da China.

"O Ministério da Defesa da Federação Russa, embora assegurando a máxima segurança da população civil, não exclui a possibilidade de tomar os principais centros populacionais sob controle total", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Peskov disse que algumas das principais cidades da Ucrânia já estavam cercadas por forças russas.

Quando perguntado pela Reuters sobre comentários de autoridades dos Estados Unidos, que disseram que a Rússia havia pedido equipamento militar para a China, Peskov disse: "Não".

"A Rússia possui seu próprio potencial independente para continuar a operação. Como dissemos, ela está indo de acordo com o planejado e será concluída a tempo e na íntegra", afirmou.

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