Indicado pelo presidente americano, Barack Obama, para comandar a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), o vice-almirante Michael Rogers terá pela frente — caso confirmado pelo Senado — o desafio de comandar um órgão sob constante ataque desde a revelação de seus excessos na espionagem. Mais do que isso, precisará explicar como vai implantar as mudanças nesta atividade anunciadas recentemente pelo presidente.
Obama não definiu, por exemplo, quem terá a responsabilidade de cuidar do extenso banco de dados de atividade telefônica e on-line de cidadãos americanos, declaradamente usado pela NSA no combate ao terrorismo.
— Mike está entrando no olho do furacão das coisas que o presidente não decidiu — disse uma fonte próxima a Obama. — E isso vai acontecer em público.
O presidente não acolheu a recomendação de assessores para designar um civil à chefia da NSA e um militar para o Comando Cibernético dos EUA. Rogers foi indicado para assumir os dois cargos, hoje desempenhados pelo general Keith Alexander, que se aposenta em março. Outra recomendação de assessores rejeitada por Obama foi para que a agência priorize a criação de armas cibernéticas em vez de investir contra softwares de uso popular e encriptação para fins comerciais.
A Casa Branca não deu informações sobre quais critérios nortearam a escolha de Rogers, mas sabe-se que pesou o fato de o vice-almirante ser um especialista em guerra cibernética.
Por outro lado, o militar não tem qualquer histórico público de preocupação com as questões de privacidade pelas quais a NSA tem sido criticada desde junho, quando o ex-técnico da agência e da CIA Edward Snowden expôs ao mundo o alcance do aparato de espionagem americano.