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Obama afirma que entendimento com Irã é histórico

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, saudou nesta quinta-feira (02/04) o que chamou de entendimento histórico sobre o programa nuclear do Irã, alcançado entre o país e as seis potências mundiais.

"Hoje, os Estados Unidos, junto de nossos aliados e parceiros, chegaram a um entendimento histórico com o Irã que, se totalmente implementado, impedirá o país de obter uma arma nuclear", disse Obama em declaração na Casa Branca, momentos após o anúncio do acordo prévio acertado em Lausanne, na Suíça.

Segundo o presidente, o acordo prevê um regime de intensas inspeções e impossibilita o Irã de construir bombas atômicas, pois o país ficará incapacitado de obter urânio altamente enriquecido.

"É um bom acordo, um acordo que atende aos nossos objetivos centrais", acrescentou Obama, enaltecendo a conquista alcançada depois de anos de negociações diplomáticas. No entanto, o presidente americano salientou que o "trabalho não está concluído".

Além disso, Obama advertiu o governo em Teerã de que o mundo estará vigiando o cumprimento de seus compromissos. "Se o Irã trapacear, o mundo ficará sabendo", disse. Ele disse que as sanções poderão ser reativadas caso o acordo não seja cumprido.

As negociações sobre o programa nuclear iraniano exigiram um grande investimento político de Obama. As relações com Israel, que classifica o Irã como uma ameaça existencial, foram fortemente abaladas, e o Congresso dominado por republicanos criticou duramente o presidente. Um dos maiores desafios de Obama agora será convencer os legisladores a adiar o decreto que autorizará novas sanções ao Irã.
 

Ministro israelense compara acerto com o Irã a acordo com Hitler

Autoridades israelenses se pronunciaram, nesta quinta-feira (02/04), logo após o anúncio do acordo prévio entre as potências mundiais e o Irã sobre o programa nuclear iraniano.

Na sua página no Facebook, o ministro israelense da Economia, Naftali Bennett, sugeriu indiretamente que o acordo anunciado em Lausanne é comparável ao entendimento firmado entre o premiê britânico Neville Chamberlain e Adolf Hitler antes da Segunda Guerra Mundial.

O post é intitulado "Peace in our time, 2015" (paz no nosso tempo, 2015), em alusão à expressão que Chamberlain usou para se referir ao Acordo de Munique, fechado em 1938. A expressão é normalmente usada nos dias atuais em tom irônico.

"O regime de terror islâmico mais radical do mundo recebe um selo kosher oficial para o seu programa nuclear ilegal", disse Bennett, membro do partido de direita Casa Judaica.

"Este é um regime em que não se pode confiar, que já violou resoluções consecutivas da ONU. O acordo de hoje abre caminho para que o Irã eventualmente possa obter uma arma nuclear, para desestabilizar ainda mais o Oriente Médio e continuar a espalhar o terror por todo o globo", escreveu o ministro em sua conta no Facebook. "Com acordo ou sem acordo, Israel fará o que for preciso para proteger a si e seus cidadãos", concluiu.

Também o ministro israelense de Assuntos de Inteligência e Assuntos Estratégicos, Yuval Steinitz, criticou o acordo prévio. "Os sorrisos em Lausanne estão desconectados da amarga realidade, na qual o Irã se recusa a fazer concessões [em seu programa nuclear] e continua a ameaçar Israel e outros países do Oriente Médio", disse o ministro, segundo declarações publicadas na página israelense de notícias NRG.

Steinitz, que nos últimos meses havia visitado as capitais ocidentais em nome do premiê Benjamin Netanyahu para tentar impedir um acordo que continue permitindo o Irã a enriquecer urânio, acrescentou que, enquanto fechou o acordo, Teerã continua sua "campanha de conquistas e terrorismo".

"Enquanto os representantes das potências estendem suas mãos aos iranianos em Lausanne, o Irã continua sua campanha de conquista e terrorismo no Iêmen, por todo o Oriente Médio, e se apodera do estreito de Bab El-Mandeb, que liga o Mar Vermelho e o Canal de Suez", concluiu.

Antes do anúncio do acordo, o primeiro-ministro de Israel preferiu adotar um discurso diplomático. Netanyahu considerava que um suposto acordo alcançado deve demandar uma "clara redução das capacidades nucleares" de Teerã "e frear o terrorismo e as agressões".

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