O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acusou o líder russo Vladimir Putin de realizar uma possível operação de "bandeira falsa" para atacar a Ucrânia. O nome surgiu de um conceito naval e foi usado por nazistas no início da Segunda Guerra Mundial.
Uma operação clássica de bandeira falsa é aquela em que o autor da agressão se veste como seu inimigo para criar a impressão de que o inimigo cometeu uma atrocidade. Biden sugeriu que os russos poderiam inventar um ataque falso que servisse como uma justificativa para suas operações.
Esse tipo de tática foi nomeada como bandeira falsa por sua semelhança com uma manobra naval, na qual um barco usa uma bandeira de um país que não é o seu para enganar os inimigos e ganhar espaço. Esse tipo de ação foi comum nos anos de Guerra Fria.
Em 1968, o governo do Rússia usou o serviço de inteligência soviético, a KGB, para criar incidentes que justificassem a intervenção na Tchecoslováquia. Os soviéticos também fizeram operações de bandeira falsa na Hungria, em 1956, e no Afeganistão, em 1979.
Em 1939, Hitler planejava invadir a Polônia. Mas, para conquistar apoio, precisava de uma razão sólida que justificasse a ação. Passou então a espalhar falsa propaganda sobre violentas agressões a alemães em cidades polonesas e implantou uma série de falsos ataques em pontos da fronteira entre os dois países, nos quais instalações alemãs seriam alvos.
Para que o ataque parecesse real, alemães usaram uniformes do país vizinho. E, um destes, que sabia falar polonês, anunciou no rádio: "Uwage! Tu Gliwice. Rozglosnia znajduje sie w rekach Polskich" (Atenção! Aqui é Gliwice. A estação de transmissão está em mãos polonesas)".