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Novas sanções da UE contra a Rússia entram em vigor na sexta-feira

A União Europeia (UE) decidiu nesta quinta-feira (11/09) colocar em vigor as novas sanções econômicas contra Moscou, por causa do conflito na Ucrânia. Os embaixadores da UE concordaram que as medidas restritivas vão valer a partir de sexta-feira, mas poderão ser suspensas conforme a evolução do cumprimento do cessar-fogo no leste ucraniano. O Kremlin afirmou que vai lançar medidas de retaliação. A Otan acusou a Rússia de continuar mantendo cerca de mil soldados no leste do país vizinho.

Já na segunda-feira, os países da UE haviam concordado com o novo pacote de sanções, mas a entrada em vigor havia sido adiada para não prejudicar o início do cessar-fogo no leste da Ucrânia. As novas restrições passam a ter efeito logo após a publicação no Jornal Oficial da UE, na sexta-feira. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, defendeu na quarta-feira no Parlamento alemão uma aplicação imediata das sanções.

Restrição de acesso a mercados e congelamento de contas

Segundo informações do Conselho de Ministros da UE, fazem parte das medidas, restrições de acesso de empresas russas aos mercados de capitais da UE. Cidadãos e companhias da UE não poderão mais dar empréstimos a cinco grandes bancos estatais russos. Três grandes empresas de defesa e três empresas de energia russas (Rosneft, Gazprom e Transneft) não poderão mais financiar suas dívidas através dos mercados financeiros da UE.

Produtos e tecnologias que tanto podem ter uso civil como militar não poderão mais ser fornecidos a nove empresas russas. A lista dos indivíduos impedidos de entrar na UE e cujos ativos no bloco serão congelados ganhará mais 24 nomes, incluindo personalidades da elite política do leste da Ucrânia e da Crimeia, assim como líderes e oligarcas russos. Assim, o número de pessoas que terão suas contas bancárias bloqueadas e vistos de entrada negados na UE sobe para 119.

O porta-voz do Ministério do Exterior russo, Alexander Lukashevich, chamou as sanções de "ato hostil" e prometeu represálias. "A nossa resposta será proporcional ao dano que essas sanções trarão", afirmou, segundo agências de notícias russas. No começo da semana, o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, já havia ameaçado em suspender o direito de sobrevoo para companhias aéreas europeias sobre território russo.

A decisão da UE sobre novas sanções contra a Rússia causou na quinta-feira uma queda do valor do rublo e na bolsa de valores de Moscou.

Otan acusa atividade militar russa na Ucrânia

Um representante da Otan disse que cerca de mil soldados russos continuam atuando na Ucrânia e que, além disso, outros 20 mil soldados russos se encontram na fronteira dos dois países. O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, havia dito na quarta-feira que "70% dos soldados russos foram retirados da região do sudeste ucraniano". Segundo um oficial da Otan, os soldados russos estão equipados com sofisticados equipamentos militares.

Mas Kiev também admitiu que os rebeldes pró-russos no leste do país ampliaram sua esfera de influência até o Mar de Azov. Segundo o porta-voz militar Andrey Lissenko, setores da fronteira na região estão sendo "controlados por mercenários pró-russos".

O governo ucraniano e os separatistas pró-russos tinham acordado uma trégua em Minsk, a qual entrou em vigor na última sexta. O acordo prevê, entre outros, a troca de prisioneiros e uma "retirada do território ucraniano de todos os grupos armados ilegais, armas pesadas?? e mercenários".

Steinmeier quer manter diálogo com Moscou

O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, alertou para o retorno à Guerra Fria na Europa. "Não queremos a Guerra Fria, muito menos uma guerra quente, queremos preservar a paz na Europa", afirmou Steinmeier durante um debate no Parlamento alemão. Ele reiterou a condenação às ações russas na Ucrânia, classificando-as como uma "violação flagrante do direito internacional". O ministro, entretanto, pediu que os canais de comunicação com a Rússia sejam mantidos abertos.

O fornecedor de gás russo Gazprom reduziu em quase metade o abastecimento de gás para a Polônia, de acordo com as autoridades polonesas. O governo do país é um dos maiores críticos da Rússia no conflito na Ucrânia. A Gazprom desmentiu a acusação de Varsóvia.

 

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