O Exército da Nicarágua afirmou, em 5 de dezembro, que a Força Naval colombiana assedia os barcos pesqueiros nicaraguenses que navegam nos novos espaços marítimos delegados à Nicarágua pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) no Caribe.
“Nós já nos comunicamos com autoridades colombianas para dizer-lhes que não deve haver assédio de qualquer natureza” contra as embarcações pesqueiras nicaraguenses que operam nessa região, afirmou o chefe do Exército, General Julio Avilés, após participar de uma reunião com pecuaristas em Manágua.
Avilés comunicou-se com as autoridades da Colômbia depois de receber denúncias de empresários do ramo de pesca da Nicarágua, que afirmaram que fragatas colombianas cercaram suas embarcações nos territórios marítimos designados pela CIJ. “As declarações dos empresários da pesca são claras. (…) Nossas forças navais estão em contato com as forças navais colombianas para, de maneira cortês, (…) dizer-lhes que agora a autoridade nesses territórios é exercida pela Nicarágua, explicou Avilés.
O presidente da Câmara Nicaraguense da Pesca (Inpesca), Armando Segura, denunciou em 3 de dezembro que “há uma conduta de assédio e hostilidade por parte das fragatas e helicópteros colombianos contra os barcos nicaraguenses que estão “trabalhando nos limites marítimos fixados pela CIJ, segundo o portal oficial 19 de julho.
Segura disse que os colombianos “não abordaram as embarcações nem capturaram ninguém, mas os tripulantes dos barcos nicaraguenses sentem que esta é uma maneira de atemorizá-los”, acrescentou o meio de comunicação.
A CIJ decidiu no dia 19 de novembro passado que todas as ilhas do arquipélago de San Andrés ficariam com a Colômbia, mas traçou uma nova delimitação marítima que outorga à Nicarágua a soberania sobre 90 mil quilômetros quadrados no Mar do Caribe, que o país governado por Juan Manuel Santos considerava, até agora, como seus.
“Desde que a Corte proferiu sua sentença, essas águas pertencem a nosso país”, lembrou Avilés, assegurando que os membros da Guarda-Costeira e helicópteros nicaraguenses mantêm sua presença na região desde o dia 25 de novembro passado.