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Netanyahu deixará posto no Brasil vago, diz imprensa

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não vai escolher ninguém para ocupar a Embaixada no Brasil se o governo da presidente Dilma Rousseff continuar a rejeitar a nomeação de Dani Dayan, ex-líder de colonos na Cisjordânia.

A informação foi dada ontem pela imprensa israelense. O impasse diplomático entre os dois países vem se arrastando desde setembro, quando foi anunciada a nomeação de Dayan sem consulta prévia às autoridades brasileiras.

Ele admitiu abertamente que não foi aceito pelo Itamaraty, embora não tenha havido qualquer manifestação oficial nesse sentido por parte do governo brasileiro.

A imprensa de Israel afirma que, diante do silêncio diplomático do Brasil sobre a escolha de Dayan – que foi alvo de um intenso lobby contrário por correntes à esquerda dentro do governo brasileiro – Netanyahu manterá uma postura dura e não cederá: deixará a representação diplomática funcionando sem embaixador, o que oficialmente provoca um rebaixamento no grau das relações diplomáticas entre os dois países.

Mais cedo, a vice-chanceler israelense, Tzipi Hotovely, indicou que o Ministério de Relações Exteriores usaria "todas as ferramentas" para garantir Dayan.

– Israel não aceitará a rejeição de um enviado sob argumentos ideológicos, e deixará isto bem claro.

Um funcionário de alto escalão do governo israelense disse ao jornal "Times of Israel" que diplomatas brasileiros chegaram a sinalizar, meses atrás, aceitação à nomeação de Dayan. Um deles seria o então ministro da Defesa, Jaques Wagner, que teria dado sinal verde ao processo.

– Minha nomeação não está sendo aceita pelas autoridades brasileiras. Dizer que estou preocupado pessoalmente por isso? De forma alguma – minimizou Dayan à Rádio do Exército.

Após a nomeação surpresa do ex-líder do Conselho Yesha – que reúne as colônias judaicas na Cisjordânia, consideradas ilegais pela lei internacional – em setembro, o Brasil passou meses sem dar resposta, o que sinaliza um veto "silencioso".

O credenciamento do embaixador apontado é geralmente acertado em até três semanas. Quando o silêncio supera dois meses, o corpo diplomático usualmente dá como certo que o outro país vetou o nome escolhido – por motivos políticos ou pontuais que, segundo a Convenção de Viena, não precisam ser esclarecidos.

Brasil condena ocupação

Brasília considera inadequadas tanto a decisão de indicar um novo embaixador (após a saída do antigo, o árabe-israelense Reda Mansour) sem consulta prévia, quanto a escolha do líder de colonos na Cisjordânia – cuja ocupação por Israel o Brasil condena.

O Itamaraty indicou que não vai se pronunciar oficialmente sobre a suposta decisão de Netanyahu.

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